SÃO PAULO ? Chegou ao fim do período de prisão do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava-Jato, mas ele ainda não vai desfrutar de liberdade total. Por determinação do juiz Sérgio Moro, o doleiro passará a cumprir regime aberto domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica nos períodos de recolhimento, durante dois anos, até 17 de março de 2019. Youssef não poderá sair de casa das 20h às 6h e em fins de semana e feriado em nenhum momento do dia e da noite.
Em sua decisão, Moro afirma que o regime aberto costuma ser cumprido em casas do Albergado, mas que no caso de Youssef é preciso considerar questões de segurança. Por isso, a determinação de recolhimento domiciliar.
?Para garantir o cumprimento da determinação judicial, imperativa a tornozeleira eletrônica. Não é ela sanção, então não há qualquer motivo de reclamação contra a continuidade de seu uso pelo condenado?, escreveu Moro no despacho.
O advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, afirmou que vai recorrer do uso da tornozeleira eletrônica, já que o regime aberto comum não prevê o uso de controle eletrônico.
O doleiro também terá de apresentar relatórios semestrais de suas atividades e só poderá deixar a cidade de residência ou viajar para o exterior com autorização da Justiça.
O Ministério Público Federal havia proposto um período ainda mais longo de regime aberto domiciliar, de quatro anos e seis meses, e prestação de serviços comunitários por oito horas semanais. O juiz considerou que há problemas de segurança na prestação de serviços comunitários e, por isso, não aplicou a medida.