CAMPINAS Em visita a Campinas, a 94 km da capital paulista, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) se deparou com protestos de manifestantes favor e contra ela na frente do condomínio do engenheiro Rogério Cerqueira Leite, onde participa de um almoço com intelectuais.
Dilma chegou ao local por volta das 13h20, depois visitar as obras do acelerador de partículas Sirius, projeto inscrito no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimento de R$ 1,5 bilhão. Sem falar com a imprensa, ela seguiu para a residência de Cerqueira Leite. Para evitar confrontos, a Polícia Militar separou os dois grupos por cordões de isolamento.
Segundo a PM, havia cerca de 50 pessoas em cada grupo. No lado em que estavam os apoiadores de Dilma houve uma discussão entre uma mulher e um policial que tentava organizar o perímetro de segurança.
Os manifestantes do MBL usaram um carro de som para tocar o hino e cantos contra Dilma. De acordo com Ronaldo Tanimoto, coordenador estadual do movimento, um integrante foi agredido.
Um senhor deu um tapa na orelha de um amigo nosso. Pedimos ajuda da PM, que isolou os dois lados. Deixamos um recado de indignação contra essa visita da Dilma com o nosso dinheiro disse o arquiteto de 54 anos.
Vestindo uma camisa vermelha da Marcha Mundial das Mulheres, a jornalista Martha Raquel Rodrigues, de 22 anos, disse que foi agredida por integrantes do MBL.
Cinco delas vieram para cima de mim, e uma delas bateu com um cabo de vassoura no meu pescoço. Me puxaram e meus óculos caíram no chão. Um capitão da PM me ajudou e disse que que poderia fazer um BO. Vou registrar na DP de Cambuí, onde moro explicou Martha.
DILMA RECEBE FLORES
Mais cedo, na visita ao projeto Sirius, Dilma recebeu 15 rosas de pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e distribuiu autógrafos. Ao som de gritos como “Dilma guerreira da pátria brasileira!” e “Volta, querida”, a petista cumprimentou um a um os mais de 100 operários das obras. Acompanhada do ex-ministro Aloizio Mercadante, Dilma posou para fotos com um cartaz com a inscrição “Apoio às cotas raciais e sociais na USP e na Unicamp”, entregue por um estudante. .
De acordo com a assessoria de imprensa de Dilma, ela ainda avalia a possibilidade de participar do protesto desta sexta-feira na Avenida Paulista.