BRASÍLIA Afastado da presidência da Câmara e na iminência de ter o parecer que pede sua cassação julgado pelo Conselho de Ética, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou, por meio das redes sociais, ter sido procurado por parlamentares com recomendações para renunciar ao mandato. No Twitter, Cunha disse que ninguém “nem do governo nem da Câmara” o procurou “com essa finalidade”.
Cunha rebateu reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo” desta segunda-feira que narrou o encontro de dois parlamentares do Centrão com o presidente da Câmara afastado. Segundo a reportagem, Cunha se descontrolou ao ouvir o conselho para renunciar e reagiu “aos gritos”. Horas depois da publicação, Cunha publicou na internet as mensagens:
“Simplesmente não fui procurado por nenhum parlamentar sugerindo renúncia”, escreveu o deputado afastado em uma das publicações.
Desde que foi afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha passa a maior parte do tempo recluso na residência oficial da Câmara, onde recebe os aliados mais próximos e traça as estratégias para tentar a salvação de seu mandato. Segundo deputados, a romaria não é tão intensa como na época em que ele presidia a Casa, mas muitos colegas mantêm o hábito de bater ponto e prestigiar o presidente afastado.
Citam como mais assíduos deputados como o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), e Marcelo Aro (PHS-MG). O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força Sindical, é muito amigo, mas como recebeu de Temer tarefas como cuidar dos movimentos sociais, evitar greves, tem sido menos frequente. Na semana em que a imprensa publicou o pedido de prisão de Cunha e outros três peemedebistas, Paulinho também foi à residência oficial.
O Eduardo ainda tem muitas pessoas na Câmara que não renegam o relacionamento com ele. Sou um deles, tem o André Moura e outros. Semanalmente converso com ele na residência sobre o processo do Conselho reforça o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos seus principais porta-vozes e que também visitou Cunha na residência oficial semana passada.