BRASÍLIA – O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), esteve nesta terça-feira com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na residência oficial da Câmara e voltou a pedir a ele que renuncie à Presidência da Câmara. Segundo Marun, Cunha ouviu, mas nada respondeu. Segundo Marun, a sugestão foi feita como forma de “distensionar o ambiente” na Câmara. Mas que não acredita que ele o fará amanhã, na coletiva que marcou.
? Eu pedi a ele que renunciasse. O Maranhão (Waldir, presidente interino da Casa) não tem condições de permanecer interino, vai e volta nas decisões. Que a renúncia poderia distensionar o ambiente aqui na Casa. Como eu, há mais pessoas na Casa que acreditam na tese de que quem tem que julgar é o Supremo. Ele ouviu e não respondeu ? disse Marun.
O deputado que esteve com Cunha, no entanto, não acredita que ele renunciará, embora a reação, ao contrário de outras vezes, tenha sido mais amena:
? Teve uma vez que eu sugeri isso e ele reagiu de forma enérgica. Desta vez está ouvindo, talvez antes até se recusasse a ouvir. Mas, saiu de lá com a impressão de que ele não cogita fazer isso amanhã; Se o fizer, irei me surpreender ? acrescentou o peemedebista.
Ao GLOBO, por meio de torpedo, Cunha voltou a negar que irá renunciar à Presidência da Casa, mas que respeita a opinião dos que defendem isso. Segundo Cunha, ninguém sugeriu isso a ele. Marun, no encontro, “tocou no assunto”, mas não teria nem sugerido. Muitos aliados confessam ter receio de tratar da questão com ele, porque Cunha não daria abertura neste sentido.
Segundo Marun, Cunha marcou a coletiva para amanhã porque quer retomar os contados com a imprensa:
? Ele deve falar sobre o recurso que fará à CCJ ( Comissão de Cosntituição e Justiça) contra o processo do conselho, quer falar. Ele não está proibido de falar com a imprensa.
Marun disse que esteve sozinho na residência oficial e permaneceu no local, entre 20 ou 30 minutos.