Cotidiano

Prince sofreu overdose de opioides, diz fonte da polícia

CHICAGO, Estados Unidos — Uma fonte da polícia confirmou para a agência Associated Press nesta quinta-feira que o cantor Prince, morto em 21 de abril, sofreu uma overdose de opioides. A fonte, que acompanha a investigação, pediu anonimato por não ser autorizada a falar com a mídia.

Segundo agentes federais, ouvidos pela TV NBC uma semana depois do acontecido, o músico tinha uma grande quantidade de analgésicos, como o Percocet, em casa e sofria com fortes dores no quadril. Na época, o site “TMZ” afirmou que Prince era viciado no medicamento há anos. O mal súbito que o cantor sentiu em um voo, seis dias antes de sua morte, teria sido causado por uma overdose do remédio.

Dono de sete prêmios Grammy, conquistados entre 1984 e 2007, Prince emplacou cinco canções no topo da lista da “Billboard” e vendeu mais de 100 milhões de discos ao longo da carreira. Ele também venceu o Oscar de Melhor Canção Original em 1985, por 'Purple rain' e o Globo de Ouro, por 'The song of the heart', em 2006.

Gênio, pura e simplesmente — ou então um artista que desorientava seu público com um ecletismo musical e um volume de produção fonográfica enlouquecedores. Não é possível chegar a um consenso quando se trata de Prince Rogers Nelson. Desde que surgiu, no fim dos anos 1970, o artista conhecido como Prince (ou como um símbolo impronunciável, entre 1993 e 2000, quando esteve brigado com sua gravadora, a Warner Bros.) viveu desafiando os padrões. As barreiras do pop, sexuais ou raciais, nada significavam para ele, que se moveu com desenvoltura entre o r&b, o funk, o rock, a disco, o synthpop, o jazz e o soul, com uma imagem extravagante, colorida e andrógina, e uma presença de palco bem maior do que o 1,58 metro de altura com que a natureza o brindou.

Junto com Madonna e Michael Jackson, Prince (que, como eles, também nasceu em 1958) compôs uma tríade de artistas que, nos anos 1980, transformaram o pop de origem negra em um avassalador fenômeno mundial, a bordo de mirabolantes videoclipes. “Ele mudou o mundo!! Um verdadeiro visionário. Que perda. Estou arrasada”, disse ontem a sobrevivente Madonna. Ao longo de sua carreira, o artista vendeu mais de 100 milhões de discos, ganhou sete Grammy e foi elevado ao Rock and Roll Hall of Fame em 2004.