Toledo A superlotação de hospitais e leitos de UTI já é um problema crônico da saúde pública. Com recursos escassos da União, o resultado é sempre o mesmo: a carência de todo o sistema, com pacientes nos corredores esperando por uma vaga e defasagem das estruturas hospitalares. Crer em uma mudança rápida ainda não faz parte dos planos do ministro da Saúde, Ricardo Barros, principalmente pelo déficit de aproximadamente R$ 14 milhões do setor, conforme divulgou ontem durante sua visita em Toledo.
Segundo Barros, num primeiro momento deve-se melhorar a integração dos sistemas de comunicação entre municípios e o governo federal, por meio do Ministério da Saúde. É preciso pensar na estruturação de todo o nosso processo de saúde. Hoje, cada município possui o seu software para se comunicar com sua rede de saúde, para que assim as informações cheguem numa única linguagem ao DataSus, que nos dá uma informação gerencial do setor. A intenção é acelerar muito a banda larga dos municípios e melhorar a conectividade com as estruturas de saúde para termos uma visão clara de como distribuir de forma mais adequada os recursos que temos, relata Barros.
Esse panorama valerá também para a implantação de novos leitos de UTI gratuitos. Com a melhora da gestão da saúde e a informatização do sistema, queremos saber como é gasto cada centavo do SUS, quanto e como se investem os recursos, e a partir dessas informações haverá planejamento, diz o ministro da Saúde, que reitera que esta é, por enquanto, a única solução para colocar o setor nos trilhos.
Para as demandas locais, incluindo a habilitação da região Macro-Oeste com a portaria 2.395/2011, a possível implantação de uma unidade para atendimentos a gestantes em Toledo, recursos ao Hospital Bom Jesus, investimentos ao Ciscopar e novos leitos de UTI, o ministro foi enfático. Somente após o recebimento do decreto de autorização orçamentária para a saúde, previsto para a semana que vem, é que poderá se estabelecer o montante a ser repassado à região. Levamos todas as solicitações à Brasília, mas dependemos da disponibilidade de recursos.
Hospital Regional
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, visitou as obras do Hospital Regional de Toledo, que aguarda a liberação de R$ 25 milhões da União para a compra de equipamentos. De acordo com ele, uma parceria com o governo do Paraná possibilitará esse aporte e posterior abertura da unidade.
Barros garantiu ainda que irá propor à Ebsher (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) para que assuma o funcionamento desta unidade hospitalar como Hospital Escola do curso de Medicina.
Crise só será superada com o fim dos desvios
Presidente do PP de Cascavel, o empresário Hélio Laurindo esteve em Toledo para recepcionar o colega de partido Ricardo Barros e tratou com o ministro sobre o cenário preocupante vivido pela saúde pública. Nosso partido assumiu a difícil tarefa de amenizar um dos maiores dramas enfrentados pelos brasileiros e pelos paranaenses e está determinado a dar a sua contribuição para que o novo governo tenha, nessa área, um desempenho bem melhor que o anterior, comentou. Vislumbrando dificuldades crescentes diante da crise econômica, que está fazendo com que muitas pessoas deixem de pagar planos privados e passem a depender da estrutura pública, Laurindo entende que a atual crise pode ser minorada sobremaneira mesmo sem aumento imediato dos investimentos. Logicamente que quanto mais dinheiro, mais coisas o governo poderá fazer pela saúde da população, mas num primeiro momento o que precisa ser feito é tapar as vertentes de desvio para que se possa fazer uma gestão de qualidade, explicou. Ainda segundo Laurindo, Michel Temer acertou ao confiar esse importante ministério a Ricardo Barros. Além de valorizar o Paraná, o presidente entregou os destinos da saúde pública a um gestor comprovadamente qualificado, concluiu.