Cotidiano

Aliado de candidato assassinado vence disputa em Itumbiara

INFOCHPDPICT000061928906BRASÍLIA Três dias depois de indicado candidato, Zé Antônio (PTB), herdeiro do ex-candidato assassinado Zé Gomes, venceu as eleições ontem para a prefeitura de Itumbiara. Zé Antônio obteve o primeiro lugar com 67,3% dos votos válidos, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). O segundo colocado foi Álvaro Guimarães (PR), com 26,1%. A último lugar coube a Cesinha (PDT), com 6,57% dos votos. Com 67.122 eleitores, Itumbiara está entre os 10 maiores colégios eleitorais do estado de Goiás.

Antes de ser assassinado na última quarta-feira, Zé Gomes estava à frente nas pesquisas. Com Gomes fora do páreo, os eleitores votaram em peso no substituto, Zé Antônio, considerado um dos aliados mais próximos do ex-candidato. Ex-deputado e ex-prefeito de Itumbiara, Gomes foi morto a tiros no ataque mais violento registrado nestas eleições em todo o país.

O ex-deputado foi assassinado pelo ex-servidor da prefeitura Gilberto Ferreira do Amaral, quando participava de uma carreata nas ruas centrais de Itumbiara, na tarde da última quarta-feira. O ataque resultou na morte do policial militar Vanilson João Pereira e do próprio atirador, atingido quando fugia. Antes de ser assassinado, Amaral também feriu a tiros o vice-governador José Eliton (PP) e o advogado Célio Rezende, que estavam próximos a Gomes.

A tragédia teve forte impacto sobre a cidade. Depois dos assassinatos, os candidatos reduziram o ritmo das campanhas e os moradores locais vinham evitando sair às ruas. A Justiça Eleitoral e a prefeitura reforçaram a segurança local com 180 homens do Exército e mais 100 da Polícia Militar. As medidas preventivas surtiram efeito.

? Não houve registro de nenhuma irregularidade, nem mesmo boca de urna ? disse Vinícius Caldas, chefe da 138ª zona eleitoral, uma das áreas do TRE-GO.

CRIME POR MOTIVOS PESSOAIS

Uma força-tarefa liderada pela Polícia Civil continua as investigações sobre as possíveis motivações dos assassinatos. Uma das hipóteses é de que Gomes tenha sido morto por vingança. Um dia depois dos crimes, a polícia recebeu a informação de que Gomes, ou um segurança dele, teria dado um tapa no rosto de Amaral durante uma discussão numa área pública da cidade.

Ontem, a Secretaria de Segurança disse que até o momento não conseguiu confirmar a veracidade da suposta briga. A polícia sabe também que Amaral vinha tentando receber da prefeitura horas extras do valor de aproximadamente R$ 12 mil. Os valores seriam referente a horas trabalhadas a mais, parte delas durante a gestão de Gomes. O deputado foi prefeito de Itumbiara por duas vezes.

A polícia trabalha com a possibilidade de se tratar de um crime por motivos pessoais, e não políticos, pelas circunstâncias do ataque. Amaral atirou contra Gomes e outras pessoas que estavam próximas dele sem se preocupar com uma possível reação de seguranças do candidato e de seus apoiadores. O atirador também não avaliou as possibilidades de fugir do local depois do crime. O carro usado por ele estava estacionado numa rua central, congestionada depois do crime.

Outro detalhe observado pela polícia é que não houve polarização. Gomes despontava como favorito desde o início do período eleitoral.