BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados retomou, nesta terça-feira, a discussão sobre o projeto que muda as regras de exploração do pré-sal, desobrigando a Petrobras de ser a operadora única na exploração desses campos. Logo na abertura da sessão, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) cortou qualquer conversa sobre a possibilidade de inverter a pauta, mas recuou em seguida. Deputados sugeriam que ele começasse apreciando projeto sobre a ampliação do prazo do Supersimples, que há consenso na Casa, e que só depois entrasse na discussão do pré-sal, que sofrerá obstrução do PT.
Mas, passados sete meses da aprovação do projeto pelo Senado, e da chegada à Câmara, Maia afirmou que a sessão só iria terminar depois da votação do projeto, mesmo que isso implique em não haver sessão do Congresso, marcada para a noite de hoje, que apreciará os vetos restantes e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
? A sessão da Câmara só vai acabar quando votarmos o pré-sal, mesmo que não dê tempo de ter sessão do Congresso. Ela pode ficar para amanhã. Não vou mais tirar o pré-sal da pauta, ele está atrasado trinta dias já ? disse o presidente da Câmara.
Líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que a oposição vai obstruir “até o seu limite”:
? Nós vamos obstruir a pauta do pré-sal até o limite das nossas forças e possibilidades, porque temos clareza do que significa essa pauta. É uma pauta do governo que faz parte da agenda do impeachment. Retirar a Petrobras como operadora única do pré-sal significa redução brutal de recursos para os estados e União, é incompreensível uma proposta como essa ? criticou.
Depois do embate e de novos apelos de parlamentares, Rodrigo Maia aceitou inverter a pauta.