BOGOTÁ ? O ex-vice-ministro de Transportes da Colômbia Gabriel García Morales, que ocupou o cargo durante o governo de Álvaro Uribe, foi detido na quinta-feira sob a acusação de receber subornos da Odebrecht.
? A Procuradoria tem evidências de que o senhor García recebeu 6,5 milhões de dólares para garantir que a Odebrecht fosse selecionada para um contrato rodoviário ? disse o procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, em entrevista coletiva.
García Morales é o primeiro detido na Colômbia no caso Odebrecht e teria facilitado o acesso da empreiteira à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 quilômetros que liga o centro do país ao Caribe. O contrato foi firmado em janeiro de 2010, durante o governo de Álvaro Uribe, e segue em execução.
Segundo os investigadores, García, como titular do Instituto Nacional de Concessões, se encarregou de excluir os demais competidores para entregar a obra à Odebrecht.
? Os pagamentos para se vencer a concorrência (…) foram executados pela Odebrecht no Brasil, através do departamento de Operações Estruturais do grupo ? contou o procurador.
Nesta sexta-feira, García deve ser denunciado por corrupção passiva, enriquecimento ilícito e prevaricação.
A Odebrecht pagará indenização ao Estado colombiano de 32 bilhões de pesos (10,9 milhões de dólares). A promotoria condicionou o acordo de colaboração solicitado pela empresa ao pagamento da reparação.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, pediu na quinta-feira ao Ministério Público para acelerar as investigações sobre subornos de servidores colombianos por parte da Odebrecht.
? Necessito que investiguem se alguém do meu governo recebeu suborno para poder metê-lo na cadeia o mais rápido possível ? disse Santos à Rádio Caracol.
O presidente admitiu que na Cúpula das Américas de 2015, celebrada no Panamá, se encontrou com o presidente da Odebrecht, no que qualificou de reunião comum com investidores.
Em dezembro, a Colômbia anunciou o cancelamento dos contratos, em que se comprovem atos de corrupção da Odebrecht.