BANJUL, GÂMBIA ? O governo de Senegal enviou tropas à fronteira e deu até meia-noite desta quarta-feira (22h no horário de Brasília) para o presidente da Gâmbia, Al Hadji Yahya Jammeh, deixar o posto. Jammeh foi derrotado nas eleições presidenciais em dezembro e, embora inicialmente tenha reconhecido o resultado, voltou atrás e tem mostrado resistência a passar o cargo para seu sucessor, Adama Barrow.
Barrow, que se encontra atualmente em Senegal, deveria ter tomado posse na terça-feira, mas Jammeh conseguiu fazer o Parlamento aprovar uma extensão de três meses no seu mandato. Mandatário na Gâmbia desde 1994, quando assumiu o poder após um golpe militar, Jammeh vem acusando irregularidades no processo eleitoral e decretou um estado de emergência de 90 dias quando deixaria o cargo.
? Deixar o poder pacificamente permitiria a ele (Jammeh) que saísse da presidência de cabeça erguida e protegeria o povo da Gâmbia de um potencial caos ? alertou John Kirby, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
A tensão política no país já provoca migração em massa: de acordo com a ?BBC?, mais de 25 mil pessoas deixaram Gâmbia na direção de Senegal na última semana, por medo de que as tensões deem origem a uma escalada de violência. Além disso, o aeroporto de Banjul, capital da Gâmbia, ficou lotado nesta quarta-feira de turistas que buscavam deixar o país às pressas.