Cascavel e Paraná - Como anunciado na semana passada, os primeiros quatro novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) foram abertos nesta segunda-feira (16) no Hospital de Retaguarda de Cascavel, para reforçar o atendimento das doenças respiratórias, que já foram colocados à disposição na Central de Macrorregulação. Os outros quatro devem ser ativados ainda nesta semana, assim que estiverem prontos para também atenderem o sistema que anda lotado devido ao aumento do número de casos.
Com esta mudança, o Hospital de Retaguarda passa a ter 18 leitos de UTI e 50 leitos de enfermaria. A reportagem do O Paraná vem trazendo o assunto há semanas, inclusive sobre o reforço no atendimento, necessário devido à pressão que o sistema de saúde vem passando – não somente em Cascavel, mas em diversas cidades do Estado – ação que está sendo disponibilizada por meio da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).
A abertura dos leitos foi acompanhada pelo secretário municipal de Saúde, Ali Haidar, que disse que eles se prontificaram a reorganizar o interior do hospital para viabilizar essa ampliação visando atender os pacientes, mas que apesar do reforço emergencial, os leitos são temporários e serão desativados assim que a situação estiver controlada. Além disso, os leitos não são exclusivos para doenças respiratórias, eles serão disponibilizados para a regulação macrorregional que direciona os pacientes conforme a gravidade de cada caso.
Para o diretor do Hospital de Retaguarda, o médico cardiologista, Lísias de Araújo Tomé, a equipe do hospital não tem dificuldade nenhuma de montar uma estrutura física como essa, já que tanto enfermeiros como médicos estão preparados. “Nós temos o pessoal perfeitamente capacitado para atender a demanda e a solicitação que nos fizeram. Nós estamos preparados”, afirmou Tomé.
Vacinação
Enquanto os casos graves e óbitos aumentam, por outro lado, a vacinação contra a gripe segue baixa e uma das principais orientações das autoridades de saúde para evitar o agravamento de doenças respiratórias é a vacinação, especialmente entre idosos e crianças, grupos com maior risco de complicações. No entanto, os índices em Cascavel ainda preocupam, assim como de todo o Estado.
Segundo dados atualizados do PMI (Programa Municipal de Imunização), foram aplicadas 81.415 doses da vacina contra a influenza, o que representa apenas 43,67% de cobertura vacinal entre os grupos prioritários. Entre os idosos, a cobertura é de 49,28%, enquanto entre as crianças está em 36,75%. Outros grupos apresentam índices ainda mais baixos, como gestantes que está em 13,90% e pessoas com deficiência permanente com 0,65%.
O secretário de Saúde de Cascavel, Ali Haidar, lembrou que o inverno, que começa na próxima sexta-feira, dia 20 de junho, é um período mais propício para infecções e agravamento dos quadros respiratórios. Por isso, a vacinação é essencial, principalmente entre idosos e crianças, que representam mais de 70% das internações. “Temos detectado casos de coinfecção, ou seja, pacientes infectados por mais de um vírus ao mesmo tempo. E quando a população se vacina, o risco de complicações e a necessidade de internação diminuem significativamente”, explicou Haidar.
Horário especial
Atualmente, todas as unidades de saúde estão realizando a vacinação contra a gripe para toda população acima de seis meses de idade, de segunda a sexta-feira, a partir das 8h. Além disso, seis unidades oferecem atendimento em horário estendido, das 19h às 22h, as unidades do Pacaembu, Sanga Funda, Cancelli, Tio Zaca, Cascavel Velho e Santa Felicidade.
Vale destacar que a rede de saúde pública de Cascavel já conta com quatro unidades com atendimento noturno: Santa Cruz, Los Angeles, Neva e Nova Cidade atendem até 22h, com a rotina de vacinação já incorporadas nas atividades e assim seguirão. Dessa forma, neste momento, são 10 unidades à noite à disposição para aplicação de vacina. As demais USFs e UBSs seguem com vacinação a partir das 8h e seguem até 15 minutos antes do fechamento de cada unidade.
Óbitos passam de 13 para 17
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) também divulgou o boletim atualizado do número de casos e de mortes por doenças respiratórias. Os óbitos confirmados passaram de 13 para 17 casos, sendo que destes, 10 são por Influenza e quatro por Covid-19. O restante é de casos de rinovírus, vírus sincicial respiratório e metapneumovírus. Cinco deles são de pessoas com mais de 80 anos, quatro de 70 a 79 anos, dois de 60 a 69, três de 50 a 59 anos e os outros dois de 20 a 49 anos.
Casos graves confirmados somam 146, sendo que a maior incidência é de Rinovírus com 48 casos, seguido de Influenza A com 36 e depois do Vírus Sincicial Respiratório. Covid-19 somam ao todo 22 casos. O boletim aponta ainda o índice de infestação por idade, sendo 37% de crianças de 0 a quatro anos, 13% de idosos de 70 a 79 anos e acima de 80% e o restante nas outras faixas etárias.
Mais leitos em Toledo
A cidade vizinha de Toledo também recebeu reforço nesta segunda-feira da abertura de 20 novos leitos, sendo oito no Hospital Regional – quatro de UTI adulto e quatro de enfermaria adulto – e mais 12 no Hoesp (Hospital Associação Beneficente de Saúde), antigo Bom Jesus, sendo dois leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto e 10 leitos de enfermaria, sendo seis adultos e quatro pediátricos. Além disso, a rede pública de saúde abriu uma unidade sentinela para atendimento exclusivo para casos de síndromes respiratórias agudas graves na cidade. A unidade básica de Saúde da Vila Paulista, está atendendo exclusivamente pessoas com sintomas de síndromes respiratórias agudas graves, das 7h às 22h. A intenção é de realizar a triagem inicial e, se constatar casos mais graves, o paciente é encaminhado para o Pronto Atendimento Municipal.