CARACAS – Membros da coalizão opositora venezuelana Mesa de Unidade Democrática (MUD) denunciaram manobras eleitorais para dificultar a realização de um referendo revogatório que tiraria o presidente Nicolás Maduro do poder. Segundo participantes do processo de verificação de assinaturas do processo inicial, até 800 mil poderiam ser invalidadas por falhas técnicas.
De acordo com o dirigente Juan Carlos Caldera, do Primero Justicia, estão sendo invalidadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) as assinaturas das pessoas que participaram da primeira etapa que, se aprovada, abre o processo para uma outra coleta de assinaturas , o que tiraria 100 mil firmas. Outras 300 mil poderiam ser desconsideradas por falta de legibilidade, e mais 400 mil seriam invalidadas por problemas de reconhecimento datiloscópico.
Segundo o dirigente, os procedimentos estão sendo usados indevidamente, sem comprovaçao de que os problemas estejam realmente acontecendo.
Criaram cinco etapas de verificação desnecessárias, porque se tivessem começado o processo de validação biométrico, previsto na segunda etapa, se comprovaria de uma vez que a digital é verídica e corresponde con a do eleitor criticou Caldera.
A primeira parte do processo deveria ter sido concluída pelo CNE no dia 9, mas o órgão atrasou a contagem para até o dia 31, alegando a necessidade de seguir um cronogramama equilibrado.
CAPRILES COBRA REALIZAÇÃO
Na quinta-feira, o líder opositor Henrique Capriles e o presidente do Parlamento, Henry Ramos Allup, se reuniam a portas fechadas com o ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha) e com o ex-presidente panamenho Martín Torrijos.
Maduro realizou na noite de quarta-feira um encontro com os dois ex-presidentes, que chegaram em meio à intensificação da crise política na Venezuela, onde está em vigor um estado de exceção declarado pelo presidente na última sexta-feira. Os ex-governantes acompanham uma “comissão da verdade” criada por Maduro, a pedido da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), em contrapartida de uma anistia exigida pela oposição.
Após um dia de protestos na quarta-feira, Maduro advertiu ter preparado um decreto de “comoção interna” que será utilizado se forem desencadeados atos “golpistas violentos”, o que implicaria restrições às liberdades civis. Os opositores exigiram o revogatório na quarta-feira em protestos em 23 cidades convocadas pela coalizão Mesa de Unidade Democrática (MUD), que deixaram trinta detidos, segundo a oposição e ONGs de direitos humanos, e sete policiais feridos.
Durante a noite foram ouvidos panelaços de protesto em vários setores de Caracas. E retumbam as panelas, não venha depois com o choro dizendo que querem te derrubar, Nicolás Maduro, o povo quer te revogar disse Capriles.