SAÚDE

Chikungunya: Cascavel tem primeira morte e índice de infestação ainda preocupa

Índice de infestação do mosquito transmissor segue alto em vários bairros de Cascavel - Foto: Secom
Índice de infestação do mosquito transmissor segue alto em vários bairros de Cascavel - Foto: Secom

Cascavel e Paraná - A Secretaria de Saúde de Cascavel confirmou, durante entrevista coletiva ontem (15), a primeira morte por chikungunya na cidade e, consequentemente, no Paraná, que até então não havia registrado nenhum óbito pela doença. A informação foi divulgada durante a apresentação dos dados do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti), realizado de segunda a quarta-feira desta semana pelos agentes de saúde.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Ali Haidar, a vítima é uma idosa de 93 anos, com comorbidades, que deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em 27 de março e foi transferida no dia seguinte para o Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), onde faleceu em 7 de abril. Desde então, a morte estava sendo investigada. O bairro de residência da paciente não foi informado.

1.679 casos

Em surto desde dezembro do ano passado, o número de casos segue em crescimento. Atualmente, Cascavel registra 1.679 casos de chikungunya e 127 de dengue neste ano epidemiológico, que começou em janeiro e vai até dezembro. Além disso, o índice de infestação do mosquito, apontado no terceiro LIRAa, está em 2,2%, considerado de médio risco e acima do limite de 1% preconizado pelo Ministério da Saúde. No total, foram vistoriados 4.790 imóveis em todos os bairros da cidade.

Haidar alertou que o mosquito ainda está circulando e reforçou a importância de a população redobrar os cuidados, com a realização da faxina semanal e a eliminação de locais que possam acumular água. “É o momento propício para fazer a limpeza com água e sabão de todos os depósitos fixos, bebedouros de animais, vasos de plantas, eliminando qualquer ovo ali depositado. Também é essencial realizar o descarte adequado de todos os lixos orgânicos e recicláveis, evitando que se tornem possíveis focos do mosquito”, afirmou.

Índice alto

Apesar do índice geral ser de 2,2%, algumas regiões apresentam números bem mais altos. Os bairros Palmeiras I, Alto Alegre, Santo Onofre, Santa Cruz I e II, Paulo Godoy e Angra dos Reis registraram índice de 4,7%. Em segundo lugar, com 4,1%, aparecem os bairros Padovani, Jardim União, Santa Catarina, Faculdade, Universitário, Turisparque, Itapuã e Santa Felicidade.

O secretário lembrou que, embora o índice atual esteja ligeiramente inferior ao do levantamento anterior (2,1%), ele ainda é mais alto do que o registrado no mesmo período do ano passado. Nas regiões com índices elevados, a equipe de Vigilância Ambiental vai intensificar as ações. “Os agentes continuam fazendo seu trabalho, mas o que está faltando é a população fazer a sua parte. O agente de endemias visita a residência a cada dois meses, mas a vistoria precisa ser feita semanalmente”, explicou.

Rozane Campiol, gerente de Vigilância Epidemiológica, destacou que a maior parte dos casos confirmados está na região Norte da cidade. Por outro lado, o índice larvário dessa região está baixo. “Temos muitos casos nessa área, então, independentemente da localidade, o cuidado da população precisa ser contínuo. Este é o primeiro ano em que a cidade registra tantos casos desse tipo de doença, que tem sintomas semelhantes aos da dengue”, afirmou.