Brasília – O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou nessa quarta-feira (9) que o pente-fino preparado pelo novo governo deve atingir mais de 2 milhões de benefícios pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com indícios de ilicitude.
Na saída de reunião no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro, ele disse que a medida provisória que revê regras previdenciárias atingirá pessoas que já participam e que estão entrando no sistema e que deve ser assinada até segunda-feira (14).
"Há mais de 2 milhões de benefícios que precisam ser auditados, porque têm algum indício de ilicitude. Não significa que sejam ilícitos. Por isso, há necessidade de se fazer uma espécie de mutirão para que nós zeremos esse estoque", disse.
O secretário afirmou ainda que relatórios governamentais, convalidados pelo TCU (Tribunal de Contas da União), demonstram uma incidência de 16% a 30% de fraudes no pagamento desses benefícios. Segundo ele, a economia total que a medida pode trazer ainda não foi fechada pela equipe econômica.
Sem dar detalhes, ele disse também que a proposta fará alterações na atual legislação, com o objetivo de dar segurança jurídica à iniciativa.
A equipe econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda ainda dificultar o acesso à aposentadoria para quem tem que se afastar do trabalho por motivo de saúde.
Previdência a militares
Na cerimônia de transmissão de cargo do Comando da Marinha ontem (9), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, ressaltou que a reforma da Previdência deve avaliar regras diferenciadas para militares. A solenidade, no Clube Naval de Brasília, contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, que chegou ao local a bordo da lancha Amazônia. Seguindo o protocolo, o presidente não discursou.
Azevedo mencionou a reforma da Previdência ao se despedir do ex-comandante, o almirante de esquadra Eduardo Bacellar Ferreira, que passou o comando para o também almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior.
“[Ferreira] foi incansável no esforço de comunicar as peculiaridades da nossa função”, disse Azevedo e Silva. Segundo o ministro, o esforço garantiu avançar para um adequado amparo social aos militares das Forças Armadas e seus dependentes.