BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse na manhã desta quarta-feira que o governo acertou em retirar da reforma da Previdência os servidores estaduais e municipais. Para ele, o recuo do governo, de abrir mão de um tema inicialmente previsto no texto enviado para o Congresso, ajudará a aprovar a matéria. Maia foi chamado para falar sobre o assunto ontem antes de o presidente Michel Temer anunciar sua decisão. E disse hoje acreditar que a retirada desse item mostra que o governo e os deputados estão em sintonia, pois esse já era um desejo manifesto internamente por líderes da base.
? Na hora que você faz a reforma também dos servidores estaduais, primeiro que você está entrando numa competência que não é sua. E você distensiona o embate. Essa separação é importante porque fortalece os estados. Essa é uma decisão que ajuda muito a aprovação da reforma da Previdência. Vamos focar no que tem sido o foco do nosso debate desde o início, que são os servidores públicos federais e o regime geral da Previdência ? disse Maia.
O presidente da Câmara voltou a defender a reforma, dizendo que se ela não for feita, daqui a três anos os servidores não terão mais o que receber de aposentadoria, pois o sistema estará falido. Ele voltou a comparar a situação do Brasil com a do Rio, que não consegue pagar em dia seus funcionários. E reconheceu que alguns trabalhadores “não entendem” que se nada for feito agora, não terão aposentadoria num futuro próximo.
? Se não fizer a reforma, daqui três ou quatro anos pode estar acontecendo com eles o que está acontecendo com os servidores públicos do Rio de Janeiro, você receber janeiro em março, você só pode pagar o 13º para quem ganha R$ 3 mil. Por isso que a gente quer a reforma. Muitos servidores não entenderam isso. Acham que a reforma vai tirar deles algum direito, a reforma vai garantir que daqui a três ou quatro anos eles continuem recebendo a sua aposentadoria ? afirmou.
Maia disse que o projeto de terceirização será votado ainda hoje. E que que pretende votar a renegociação das dívidas dos estados na próxima semana.