RIO – Em mais uma reviravolta na briga de acionistas da Usiminas, seu presidente Rômel Erwin de Souza foi destituído pelo Conselho de Administração da siderúrgica, como antecipou no site do GLOBO o colunista Lauro Jardim. Rômel era ligado à japonesa Nippon Steel. Para seu lugar foi reeleito Sérgio Leite, ligado à ítalo-argentina Ternium. Os dois acionistas brigam há mais de dois anos pelo controle da empresa.
Rômel foi afastado por 7 votos a quatro, sob alegação de que violou o estatuto da companhia ao assinar, sozinho, um memorando de entendimento com a japonesa Sumitomo. O estatuto da Usiminas prevê que ao menos dois diretores assinem documentos oficiais da siderúrgica. Os quatro votos contrários foram da Nippon (3) e da Caixa dos Empregados da Usiminas.
O memorando em questão foi assinado em abril de 2016 e estabelecia condições de fornecimento de 4 milhões de toneladas de minério de ferro por ano da Musa (braço de mineração da Usiminas) à Sumitomo, segundo uma fonte. O documento foi mantido sob sigilo e veio à tona apenas em novembro passado, dando munição para a Ternium voltar a cargar contra Rômel.
O executivo assumiu interinamente a empresa em setembro de 2014, quando dirigentes ligados à Ternium foram afastados por acusações de terem recebido bônus irregularmente. Insatisfeita com a gestão de Rômel, em maio de 2016, a Ternium conseguiu destituir Rômel e substituí-lo por Sérgio Leite, com apoio de outros acionistas. Leite era vice-presidente comercial da Usiminas.
A Nippon, porém, questionou a eleição de Leite na Justiça já que o contrato de acionistas exige unanimidade na eleição para o cargo de presidente da siderúrgica. A Justiça, então, reconduziu Rômel à presidência. Nesta quinta-feira, o Conselho voltou a barrá-lo. O pedido de afastamento foi feito por Francisco Costa e Silva, representante dos minoritários e ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Procurados, Nippo, Ternium e Usimninas não de manifestaram.