Paraná - O retorno da circulação do sorotipo 3 nos municípios do Paraná fez com que a Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) emitisse um alerta para o aumento do número de casos e cuidados com a dengue para evitar a doença. O sorotipo passou a circular no Estado no ano passado, mas antes disso, a última vez que o sorotipo tinha sido detectado foi em 2016, por isso o alerta, uma vez que a população se encontra suscetível a este sorotipo do vírus.
De acordo com a Sesa, o vírus da dengue possui quatro sorotipos, que pertencem à família Flaviviridae, gênero Flavivirus. Até o momento, são conhecidos quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A infecção por um deles gera imunidade específica para esse sorotipo, mas é possível contrair a doença novamente se a pessoa for picada pelo vetor que estiver contaminado com um sorotipo diferente.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, a distinção entre os vírus é importante para o monitoramento epidemiológico e vigilância laboratorial da circulação viral, assim como os exames laboratoriais no diagnóstico. “É possível contrair dengue mais de uma vez, por um sorotipo diferente, podendo causar um quadro clínico mais grave. No entanto, os cuidados para evitar o agravo devem ser já que esta vigilância contribui para a implementação de medidas preventivas e de controle”, ressaltou.
“A dengue é uma doença endêmica, temos casos durante todo o ano, mas o período de maior concentração de casos notificados tem início em janeiro e normalmente vai até maio, sendo que março e abril concentram o maior número de casos”, reforçou a coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Belmonte. “Temos de nos manter vigilantes em nossas casas. O Estado está atuando em várias frentes, com várias ações, mas a colaboração e engajamento da população são fundamentais para diminuir o número de casos”.
Ações de apoio
A Sesa vem trabalhando constantemente durante todo o ano promovendo ações de apoio no enfrentamento às arboviroses – dengue, zika e chikungunya – junto aos municípios, com incentivo e orientação para a adoção das novas tecnologias propostas pelo Ministério da Saúde. Nos últimos 12 meses o Paraná implantou, capacitou e investiu em várias frentes no enfrentamento à dengue, principalmente em novas tecnologias.
Algumas delas são: o método Wolbachia que consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti juntamente com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, a técnica de borrifação residual (BRI-Aedes), que consiste na aplicação de inseticida residual em partes das paredes internas de imóveis especiais – lugares públicos com grande circulação de pessoas, e o monitoramento entomológico por ovitrampas, que são armadilhas de oviposição para as fêmeas.
Surto de chikungunya
Cascavel, depois de vir de um ano com muitos casos e óbitos por dengue, enfrenta agora um verdadeiro “surto de chikungunya”, o primeiro da história da cidade, liderando inclusive os números de todo o Estado. Atualmente são 112 casos confirmados, 104 por exame laboratorial e oito por exame clínico. Dos casos confirmados, a grande parte deles é na Região Norte da cidade, sendo 79 no Brasmadeira, 11 no Interlagos, cinco no Floresta, três no Morumbi e dois no Bairro Brasília. O restante é em outros bairros espalhados pela cidade.
Para matar o mosquito adulto diversos bairros da Região Norte, que é mais afetada, estão recebendo o carro do fumacê que continua até o fim deste mês. Para avisar a população, os carros de som estão passando pelos bairros, já que alguns cuidados devem ser tomados. A recomendação é que as portas e as janelas sejam abertas, mas que potes com alimentos e água de animais de estimação sejam retirados, assim como a proteção de gaiolas, caixas de água e do próprio ser humano, principalmente as pessoas com problemas respiratórios.
O inseticida só elimina o mosquito em circulação e que, por isso, os cuidados com a eliminação de novos criadouros devem ser mantidos. É importante manter sempre os quintais limpos e não deixar nenhum tipo de água parada. Além disso, continua o trabalho intenso dos agentes de endemias e aplicação de inseticida costal nas localidades com casos confirmados ou suspeitos.