CASCAVEL

Ferroeste deve gerar uma economia de até R$ 1 bi ao setor produtivo do Oeste

Saiba mais sobre a Ferroeste e o seu papel na geração de lucros. Descubra como o associativismo impulsiona as profissões - Foto: AEN
Saiba mais sobre a Ferroeste e o seu papel na geração de lucros. Descubra como o associativismo impulsiona as profissões - Foto: AEN

Ao participar da última edição do ano do Café com Negócios da AEAC (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel), no sábado pela manhã, o presidente da Ferroeste, Engenheiro Civil André Gonçalves, abordou diversos assuntos, com destaque para o papel do associativismo para as profissões.

Além disso, como não poderia ser diferente, também fez uma explanação sobre o trabalho desenvolvido à frente da Ferroeste. Na oportunidade, André Gonçalves recebeu as boas-vindas da presidente da AEAC, Engenheira Civil e Arquiteta, Georgia Palacio.

No azul

André Gonçalves é o primeiro presidente da Ferroeste a alcançar um feito inédito: pela primeira vez na história, a Ferroeste fechou o ano no azul, ou seja, com lucro. Isso ocorreu de 2019 a 2021. Agora, o maior desafio é resolver os gargalos históricos no trecho até os portos. Depois de algumas tentativas frustradas, um caminho encontrado é a desestatização, apresentada no mês de agosto por intermédio de um projeto de Lei. A modelagem vai seguir além desse ano.

Em entrevista à equipe de reportagem do Jornal O Paraná, o presidente da Ferroeste disse que o Governo do Paraná aguarda para os próximos dias, a apresentação da modelagem por parte de uma consultoria especializada. “Estamos preparados para dar todo o suporte necessário e repassar as informações para dar celeridade a esse processo”, enfatiza André Gonçalves.

Conforme o presidente da Ferroeste, o Paraná é o único estado do País que ainda controla uma operação ferroviária. “Isso gera um custo maior e dificuldade de melhorar a infraestrutura”. Segundo ele, a modelagem visa buscar recursos da iniciativa privada e também agregar a expertise de operação, como forma de atender melhor o setor produtivo. “A Ferroeste tem um objetivo muito claro. O de atender o segmento produtivo. Não é uma busca só nossa, mas da sociedade como um todo, desde sua concessão”, destaca.

Ainda assim, o objetivo é realizar essa modelagem ainda no Governo Ratinho Junior. Demonstrando amplo conhecimento e reconhecendo a necessidade urgente dessa reestrutura, André Gonçalves aponta que o principal desafio é o de resolver de uma vez por todas o principal gargalo no trecho, localizado na Serra da Esperança. Além da morosidade, isso acaba encarecendo ainda mais o transporte via trilhos. “Para a Ferroeste, o maior obstáculo é solucionar os entraves logísticos das duas concessões do Paraná”. Para ele, uma concessão não é meramente uma linha entre dois pontos, mas sim, uma área de influência que será impactada e requer estudos minuciosos.

Atual estrutura

Entretanto, a atual estrutura da Ferroeste, mesmo com suas limitações, transporta ao ano uma média de 1,2 milhão de toneladas, tanto importação como exportação, no trecho Cascavel e Guarapuava, como no sentido inverso. Em contrapartida, a região Oeste do Paraná produz ao ano entre 9 e 10 milhões de toneladas. Ou seja, a Ferroeste, hoje, tem capacidade de transporte de apenas 10% desse montante. “Todos os dias, via Cotriguaçu, que é a junção das quatro principais cooperativas do Oeste [C. Vale, Coopavel, Copacol e Lar] a Ferroeste é responsável pelo transporte de 40 contêineres refrigerados com proteína animal, grande parte frango”, conta André. Por mês, dá uma média de 1.200 contêineres, sendo que essas cooperativas produzem o suficiente para abastecer de 4 a 5 mil contêineres todos os meses. Isso quer dizer que devido às suas limitações estruturais, a Ferroeste não consegue dar conta desse montante, realidade que será bem diferente a partir da modelagem, na visão do presidente André Gonçalves.

Hoje, a velocidade média sobre os trilhos é de 25km/h a 30km/h. E na Serra da Esperança é ainda mais crítica, caindo para 10km/h. “Quanto mais tempo levar, mais caro fica. Essa é a logística”, comenta.

Cifras

Por fim, há cerca de cinco anos, a Ferroeste fez uma conta simples. Uma infraestrutura eficiente envolvendo os modais rodoviário e ferroviário, geraria uma economia de até R$ 850 milhões por ano ao Oeste. Hoje, esse montante ultrapassa a cifra de R$ 1 bilhão. “Não é somente a empresa que perde. Esse custo também é repassado ao cidadão, no caso, consumidor”, completa o presidente da Ferroeste.