Cascavel – O sistema de transporte público de Cascavel está de “cara nova” a partir desta terça-feira (6) quando entra em operação parte dos novos ônibus elétricos e do novo eletro terminal, espaço que foi construído especialmente para a nova frota que tem 15 ônibus, sendo 13 ônibus padrões e dois articulados. A compra da nova frota que representa 10% do total dos ônibus que circulam pela cidade foi anunciada em 2020 e a licitação para a compra deles ocorreu no ano passado pelo custo de R$ 42 milhões.
Os dois primeiros ônibus chegaram a Cascavel ainda em fevereiro, quando foi feita uma primeira viagem com os veículos pelas autoridades acompanhadas da imprensa, mas o restante da frota, ou seja, os outros 13 chegaram apenas no fim de julho e foram apresentados na noite de ontem (5) para a comunidade. Uma solenidade foi realizada no Eletroterminal, que fica ao lado do Terminal Oeste, para marcar a entrega da modernização do transporte.
De acordo com o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, os ônibus vão circular a partir de hoje (6) quando começa o processo de emplacamento da nova frota que já está apta a rodar, principalmente com os articulados. “Vamos liberar em torno de quatro ônibus por semana, conforme sai o emplacamento, eles podem rodar inclusive mesmo sem estarem emplacados, porque nós mesmos que fazemos essa fiscalização”, explicou.
Segundo o prefeito, os novos ônibus vão circular a princípio nas três avenidas principais da cidade, nas canaletas próprias, que são a Brasil, Tancredo Neves e Barão do Rio Branco, mas futuramente devem circular também na Carlos Gomes. “Na Carlos Gomes vai demorar um pouco mais porque ela está em obra, então não é recomendável colocar esses ônibus porque ele tem o piso baixo, é necessário ter as adaptações que estão sendo feitas com a obra”, salientou.
Novos ônibus
Conforme o Município, os novos ônibus foram adquiridos para garantir um valor de passagem mais justo aos usuários e que, o custo não será adicionado à planilha de tarifas, ou seja, não irá impactar em um custo maior para os usuários que utilizam o sistema do transporte público. Além disso, a proposta é de ir comprando mais ônibus, fazendo a substituição gradativa da frota.
Cada ônibus tem cerca de 12 metros de comprimento e capacidade para 75 passageiros. Equipado com baterias totalmente elétricas, possui autonomia de 270 km e pode ser carregado em até 4 horas. Além disso, tem ar-condicionado, conexão wi-fi e tomadas para recarga de celulares. Com os novos ônibus, a empresa vai mandar um contêiner com peças dos ônibus, caso seja necessária a troca, ela será coordenada pelas duas empresas que prestam o serviço do transporte público na cidade que é uma das pioneiras na construção deste modelo de eletromobilidade com usina e ônibus. Além de Cascavel, apenas Curitiba tem ônibus elétricos.
Eletroterminal
Todo o sistema para carregar a frota conta com nove carregadores, sendo que sete deles ficam no Eletroterminal, um no Terminal Leste e outro no Terminal Sul. As recargas serão feitas no período noturno quando não estiverem circulando, mas o local comporta os 15 estacionados de uma só vez.
O posto de carregamento do Terminal Sul passou por uma alteração no projeto, já que inicialmente ele seria instalado próximo à plataforma paralela à praça de alimentação, na Rua Rio da Paz, mas durante os estudos de carregamento dos carros, das linhas em que eles iriam operar, foi identificado que seria necessário mudar para atender os termos operacionais. Por causa disso, o valor do contrato teve um aditivo de preço de R$ 84 mil, sendo que o investimento total foi de R$ 7,5 milhões.
Usina
Outro investimento que faz parte de todo sistema é a construção de uma “Usina Fotovoltaica” que vai gerar a energia utilizada no sistema do carregamento dos ônibus, anexo ao Aterro Municipal, no distrito de Espigão Azul. No local, estão sendo instaladas diversas placas que farão a captação de energia que será mandada diretamente para a rede da Copel, sendo feita a compensação da energia, sendo que a previsão é que até o final de agosto, toda a estrutura fique pronta.
O Aterro Sanitário de Cascavel entrou em atividade em 1995 e a usina está em construção sobre células que já foram desativadas. O investimento é de cerca de R$ 13 milhões, por meio de verba liberada pelo BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e a Itaipu Binacional. Depois de pronta, haverá um período de testes, para a Copel inserir a produção da energia na rede, que vai direto para a sustação da Copel.
A expectativa de produção da energia, que é um contrato, a empresa está colocando cinco mil placas que vão gerar uma produção de 2,5 megawatts de energia. Em números, a previsão que nos 25 anos que a usina vai produzir dentro da garantia das placas, eles vão gerar uma economia de cerca de R$ 260 milhões em energia que o município teria que gastar se não houvesse a usina.
Não existe uma ligação entre o terminal e a usina do aterro, a usina fornece energia na rede da Copel e cria um crédito em energia para a Prefeitura. A Copel fornece energia para o Eletroterminal para abastecer os ônibus e vai descontar essa energia fornecida daquela que o Município insere para a Copel, o que deve sobrar energia e o Município ficará com crédito que vai ser usado em outros prédios públicos.
Nova pavimentação
Para conseguir suportar o fluxo de veículos que estarão transitando pelo eletroterminal, a Sesop (Secretaria de Serviços e Obras Públicas) está realizando uma obra de pavimentação na Rua São Paulo, entre a Avenida Assunção e a Rua JK, que estava prevista para terminar até junho e acabou sendo prorrogada para o início de setembro. O trecho está em obras desde o dia 26 de março.
De janeiro a março ocorreu a primeira fase da obra que foi na Avenida Brasil em frente ao local, assim como a rua que passa dentro do Eletroterminal. Na revitalização dos dois trechos, o investimento é de R$ 1.589.121,25 e mais R$ 1,9 milhão na pavimentação da nova rua, para que os ônibus que saem do terminal não precisem mais fazer toda a volta, pegando a Rua São Paulo e a Juscelino Kubistchek, para só depois acessar a Avenida Brasil.