Na sequência das entrevistas semanais com os pré-candidatos a prefeito de Cascavel que participaram do material especial desenvolvido em maio, no aniversário de 48 anos do jornal O Paraná, sobre o posicionamento político ideológico de cada um, chegou a vez da conversa com Marcio Pacheco, deputado estadual pelo terceiro mandato. Pacheco já foi vereador e também disputou à Prefeitura de Cascavel em outras duas oportunidades, no entanto, ficando em segundo lugar nos dois pleitos. Pacheco está filiado ao PP. Confira a entrevista também em vídeo no portal oparana.com.br. Vale lembrar que a ordem das entrevistas está seguindo a disponibilidade de agenda dos pré-candidatos.
O Paraná: Pacheco, sobre o seu posicionamento político ideológico. No questionário respondido e você foi classificado como centro-direita conservadora. Você sempre teve esse posicionamento em sua vida pública e pessoal?
Marcio Pacheco: Eu fui eleito em 2012 como vereador, estou no terceiro mandato como deputado estadual e na minha vida política, nas posições que eu tive até hoje, sempre foram alinhadas com a defesa dos princípios e valores cristãos que hoje eu defendo e que sempre defendi, desde quando cheguei na Câmara Municipal. Então, penso que o jornal conseguiu identificar, por meio da matéria, de fato, o meu perfil de que sempre defendi. Houve um tempo no Brasil em que havia, talvez por alienação, por ignorância, uma certa dificuldade de leitura do que significava direita, esquerda, conservadorismo ou não, mas hoje acho que está muito claro, depois da chegada do Bolsonaro ao poder. Mas eu me identifico sempre com esse perfil de defesa dos valores que alicerçam a nossa sociedade, que é a liberdade, a vida, a família, a propriedade privada, enfim, da livre iniciativa, […] penso que é isso que alicerça a nossa sociedade.
O Paraná: Deputado, você está indo para a sua sétima eleição seguida, você acredita que isso pode ter te desgastado politicamente ou não?
Marcio Pacheco: Tem uma leitura muito positiva de toda essa minha caminhada política. Primeira eleição para vereador, depois presidente da Câmara, estou no terceiro mandato como deputado estadual. Então, foram três eleições vitoriosas para deputado. E as duas eleições que eu não venci, mas fiquei em segundo lugar, que foi para a Prefeitura de Cascavel, quando o prefeito Paranhos venceu as duas eleições, mas eu fiquei em segundo lugar. Então, isso já dava um indicativo de que a população tinha esse olhar de acolhimento para o projeto que a gente apresentava para Cascavel.
Agora, não podendo mais haver uma sucessão, não podendo mais haver uma continuidade do prefeito Paranhos, que não pode mais ser candidato a prefeito, entendo que é um momento muito positivo. Vejo exatamente muitas pessoas dizendo o seguinte: “olha, Pacheco, a tua pré-candidatura é muito natural”. É muito natural porque já tive duas vezes em segundo lugar… Terceiro mandato, então, acho que traz toda uma experiência, uma maturidade, que hoje nos permite, de fato, as pessoas olharem e falarem: “É a vez do Pacheco, acho que tá preparado, tá maduro, tá experiente.” Eu acho que a gente conseguiu agregar, nesse tempo de caminhada política, essa experiência, essa capacidade para poder avançar com responsabilidade e ao mesmo tempo significar também essa renovação, a oxigenação que é muito saudável para o poder público. A perpetuação de um mesmo grupo dentro do poder, por muito tempo, não é bom para a cidade, não é bom para a sociedade, não é bom para a política.
O Paraná: E qual o grande projeto do Marcio Pacheco para a Prefeitura de Cascavel?
Marcio Pacheco: Eu acho que o principal projeto, talvez seja, justamente, o que talvez o meu nome simboliza, o que eu simbolizo com o grupo político que faz parte do nosso redor, especialmente esse pensamento que é muito maduro na população de Cascavel da importância que a população dá, por exemplo, para os valores e princípios cristãos, que a gente defende e representa com muita força, esses valores que alicerçam a sociedade. Mas mais do que isso, como eu dizia anteriormente, a gente tem hoje uma caminhada política que permite que o nosso projeto político tenha maturidade e a continuidade da elaboração de planos de governo que já foram construídos em 2016, dialogando com a população, a construção de um plano de governo que foi melhorado em 2020 e agora só precisa, de fato, contextualizá-lo com esse momento.
Então, essa continuidade responsável, que eu significo hoje, do que está acontecendo de bom em Cascavel, que precisa de alguém que tenha ritmo, que tenha velocidade. A cidade é pujante, exige realmente um ritmo diferenciado. Então a gente representa isso e, ao mesmo tempo, representa também essa autonomia para fazer uma renovação, uma oxigenação daquilo que é importante para a política.
Então a gente representa essa continuidade com responsabilidade e, ao mesmo tempo, a renovação que faz bem também para corrigir aquilo que é necessário, corrigir dentro da política, dentro da gestão pública.
O Paraná: Deputado, na construção da sua pré-candidatura, você já trouxe alguns partidos e alguns nomes importantes na política cascavelense. Existe expectativa de trazer mais algum partido para essa disputa de primeiro turno?
Marcio Pacheco: O dinamismo da política é algo que surpreende muitas pessoas, mas ele é natural no meio político. Às vezes uma pessoa faz um movimento agora, às vezes você está filiado num partido, depois acontecem coisas que te conduzem para caminhar para outro rumo. Às vezes, um partido está naquele momento ajustado com uma conjuntura política, depois acabam havendo movimentações. Então, assim, estou muito feliz com essa construção que nós fizemos com o Podemos.
A data final, o prazo final, onde há de fato a definição que aí não muda mais, é só no dia 3 ou 4 de agosto. Então temos um bom tempo pela frente. Daqui até lá, muitas conversas, muitas construções e, evidentemente, perspectivas de termos outros partidos e outras grandes lideranças aliadas a nós daqui até lá.
O Paraná: E nessa construção, a candidatura a vice-prefeito já está definida?
Marcio Pacheco: É o mesmo dinamismo que eu falei. Você tem, às vezes, a construção de um nome. Hoje, por exemplo, eu tenho um alinhamento muito forte com meu amigo, grande liderança política, que é o Romulo Quintino. Mas o Romulo é de uma grandeza, de uma maturidade política. Ele fala: “olha, deputado, o que nos interessa é construirmos um projeto que nos permita vencer a eleição para termos essa oportunidade de mostrar para Cascavel, que é o que mais importa, o que nós temos condições e capacidade de fazer.” Se será com ele como candidato a vice ou não, não é o que mais pesa para ele. Mas é claro, eu tenho hoje um reconhecimento, uma gratidão, uma construção muito alinhada pro Romulo Quintino, que é vereador de terceiro mandato. Mas é claro, como eu disse, é dinâmico o processo político, a definição do vice dos partidos vai acontecer lá no dia 3 de agosto, mas qualquer que seja a decisão será tomada por mim e pelo Romulo, conjuntamente, ele sendo o vice ou qualquer outra conjuntura que ele também esteja de acordo.
O Paraná: O senhor esteve no encontro do MDB. O senhor tem dialogado também com o Fernando Montovani?
Marcio Pacheco: Tenho dialogado com o Fernando Montovani, tenho dialogado com o Henrique Mecabô, tenho dialogado com candidaturas, com pré-candidatos que têm possibilidade de composição, que têm sintonia, inclusive, com o que nós defendemos com o que nós acreditamos.
O MDB é um partido que tem uma importância extraordinária em Cascavel, tem certamente o deputado estadual mais popular da história de Cascavel, o deputado Batatinha. Tem também outras grandes lideranças dentro do partido, o próprio empresário Fernando Mantovani que está aí, mas está como pré-candidato. Mas é claro que o diálogo existe e é o dinamismo da política que nos permite dialogar, alimentar a esperança de podermos estar juntos fazendo uma composição.
O próprio o próprio Henrique também, do Novo, temos dialogado, existe a perspectiva; sempre quando há diálogo existe a possibilidade, existe a perspectiva. Então, estamos dialogando, construindo para formarmos um grande grupo para tocarmos Cascavel para frente, para frente sempre, sem rusgas, sem brigas, sem intrigas, que eu acho que isso não faz bem para a cidade, não faz bem para a gestão.
O Paraná: E quanto ao seu relacionamento com os demais deputados estaduais de Cascavel e também com o próprio Governo do Estado?
Marcio Pacheco: Minha relação com o Governo do Estado é das melhores possíveis. Temos hoje uma caminhada longa, a quantidade de recursos que nós conseguimos trazer para Cascavel, que só no ano passado ultrapassa R$ 15,3 milhões. Relação excelente com o deputado Batatinha, com o deputado Gugu Bueno. Nós sabemos separar o momento da eleição, onde nós disputamos a eleição, mas quando se trata de qualquer pauta a favor de Cascavel, nós estamos 100% juntos, integrados, porque nós temos essa maturidade e esse compromisso com a cidade de Cascavel.
O Paraná: E essa relação pode dar frutos para a eleição de 2024?
Marcio Pacheco: Pode dar frutos. O fato de nós não termos animosidade, pelo contrário, sermos amigos, inclusive gera na população essa sensação de que, olha, se o Pacheco for o prefeito de Cascavel, ele tem excelente relacionamento com os deputados estaduais, vai poder trazer muitos recursos para cá por conta dessa influência.
O Paraná: Quem é o principal adversário de Pacheco para as eleições de 2024?
Marcio Pacheco: Eu não gosto de me pautar por adversário. Não gosto de me pautar para o adversário. Eu não posso trabalhar focado no que esse adversário está fazendo, aquele adversário está fazendo. Eu penso que o que eu sempre fiz… Gosto de focar no nosso projeto. […] Então, mostrar isso para a população, para nós, é mais importante do que ficar focando no que o candidato X ou Y está fazendo.