RIO – Cerca de 20 embarcações percorreram um trecho de uma hora entre a Praia do Zumbi e a Ilha Seca, na Ilha do Governador, neste sábado, para protestar contra a poluição a Baía de Guanabara. O evento, organizado pela ONG SOS Aves e Cia, começou às 10h30m.
? Entramos numa aventura. A situação da Baía beira o risível. Era altamente previsível que nada seria feito até os Jogos Olímpicos e que iríamos passar um vexame monumental ? disse Paulo Maia, diretor presidente da SOS Aves e Cia, referindo-se à promessa feita em 2015 pelo governo do estado de coletar e tratar 80% do esgoto despejado no local até o início da competição. ? Um bilhão de reais foram gastos desde o início do programa de despoluição, há 20 anos, e nada.
Ainda no ano passado, o governador licenciado, Luiz Fernando Pezão, admitiu que a meta não será alcançada até a Olimpíada. O compromisso foi assumido pelo Rio quando a cidade pleiteava ser escolhida sede dos Jogos.
O ambientalista Sérgio Ricardo também criticou a promessa feita em 2015.
? Foi uma irresponsabilidade. Não existe um legado ambiental dos Jogos Olímpicos em relação à Baía de Guanabara. Os pescadores estão empobrecidos ? criticou.
Segundo estimativa da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), diariamente são despejadas cerca de 90 toneladas de lixo na baía. Segundo Paulo Maia, “não existe bioma que resista a uma situação como esta”. Ele reclamou ainda do uso de ecobarreiras.
? Elas não vão solucionar o problema da poluição porque são um paliativo. Não tem que colocar ecobarreiras e, sim, fazer o recolhimento adequado do lixo. A grosso modo, é como varrer a casa e jogar a poeira para debaixo do tapete ? disse.
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