Após várias trocas

Serpente busca estabilidade com ‘professor Kleina’

Serpente busca estabilidade com ‘professor Kleina’

Cascavel – No último dia 22 de maio, o FC Cascavel comunicou a saída do técnico Matheus Costa e apresentou Gilson Kleina como novo comandante. O novo treinador, que disputou o Campeonato Paranaense pelo Azuriz, chegou com a missão de conquistar o tão sonhado acesso à Série C do Campeonato Brasileiro. A Serpente Aurinegra está no grupo 8 da Série D, ocupando a 4ª colocação com 4 pontos em cinco jogos. No domingo passado (26), em jogo que marcou a estreia de Kleina, o FC Cascavel foi derrotado por 1 a 0 pelo Concórdia, em Santa Catarina.

Nesta primeira fase os oito times do grupo se enfrentam em partidas de ida e volta, totalizando 14 jogos. Ou seja, ainda restam nove jogos para que o FC Cascavel melhore o desempenho e fique entre os 4 primeiros colocados e garanta vaga na 2ª fase. E, neste contexto de instabilidade, a pergunta é natural: A culpa é dos treinadores?
Nesta “dança das cadeiras” no comando da Serpente, a reportagem do O Paraná fez um levantamento dos dados para trazer aos torcedores os retrospectos, em números, dos últimos treinadores que passaram pelo FC Cascavel.

Tcheco
O técnico Tcheco comandou a Serpente entre 2021 e 2022. Neste período foram 66 jogos, nos quais obteve 29 vitórias, 25 empates e apenas 12 derrotas, com 56% de aproveitamento. Em sua passagem, o treinador foi vice-campeão Paranaense em 2021, conquistou duas classificações inéditas para a 2ª fase da Copa do Brasil e duas participações até a 2ª fase da Série D.


Desde a saída de Tcheco, no final da temporada 2022, nenhum outro treinador atingiu ao menos a marca de 15 jogos a frente da equipe. Kleina é o 5º técnico apresentado pelo clube em menos de dois anos.

Fesan e Cruz
Para 2023, Ademir Fesan foi escolhido como novo técnico depois de um criterioso processo de seleção. Mais de 10 profissionais foram entrevistados pela diretoria e dezenas de nomes foram analisados. Apesar disso, Fesan “caiu” logo na 6ª rodada do Paranaense, após três vitórias, dois empates e uma derrota.


Na sequência, o clube anunciou a chegada de Luiz Carlos Cruz. O treinador assumiu o time na 9ª rodada do estadual e levou a equipe até a final, quando ficou com o vice-campeonato ao perder para o Athletico. O bom desempenho não se repetiu na Série D. Após quatro rodadas, o técnico foi demitido. Ao todo foram 14 jogos com a equipe, somando três vitórias, cinco empates e seis derrotas.

Leston e Costa
Depois, Leston Junior chegou ao FC Cascavel com a expectativa de melhorar o rendimento da equipe. Entretanto, o time ficou em 7º lugar no grupo e sequer avançou para a segunda fase da Série D. Leston foi mantido para o início da temporada 2024, mas logo na 2ª rodada do estadual foi demitido. Em 11 jogos a frente da Serpente, foram apenas duas vitórias, seis empates e três derrotas.


O último treinador que passou pelo aurinegro foi Matheus Costa. Ele assumiu o time na 5ª rodada do Paranaense e chegou até as quartas de final, quando foi eliminado pelo Maringá. Na Copa do Brasil, o time parou na primeira fase diante do Petrolina-PE. A equipe não apresentou evolução na Série D, e após quatro rodadas o técnico foi desligado do clube. Em 14 jogos ele somou cinco vitórias, três empates e seis derrotas.


Vale ressaltar que a reformulação não ocorre apenas na comissão técnica, mas também no plantel de jogadores. Ao fim de cada ano, o elenco tem sido praticamente todo “remontado”, com saída e chegada de diversos atletas. No último jogo em casa, contra o Hercílio Luz, por exemplo, apenas três atletas do time titular estão há mais de um ano na Serpente. Os demais chegaram nesta temporada.

LONGEVIDADE
O presidente do FC Cascavel, Valdinei Silva, conversou com o O Paraná, sobre a troca de técnicos e a expectativa do trabalho com Gilson Kleina. O novo comandante tem passagens por grandes times como Palmeiras, Bahia e Ponte Preta, entre outros. Além de vários acessos, ele conquistou as taças do Campeonato Alagoano (2006), da Série B do Brasileiro (2013) com o Palmeiras, e também do Campeonato Goiano (2017).


Segundo Valdinei, ao contrário do que ocorreu com os últimos treinadores, o objetivo é manter Kleina no clube por mais tempo. “É um treinador muito bom, está num patamar acima. Vai ser difícil manter ele”, brincou. O presidente explicou que o FC Cascavel tem um departamento que monitora os treinadores com base nas estatísticas. Mesmo “num patamar acima”, como disse o presidente, a intenção do clube é dar longevidade ao trabalho do novo treinador. “Ele aceitou vir pelo projeto de longo prazo. Em poucos dias de trabalho Kleina já ganhou a confiança dos atletas”, afirmou.

QUADRO
Tcheco
66 jogos
29 vitórias, 25 empates e 12 derrotas
Ademir Fesan
6 jogos
3 vitórias, 2 empates e 1 derrota
Luiz Carlos Cruz
14 jogos
3 vitórias, 5 empates e 6 derrotas
Leston Junior
11 jogos
2 vitórias, 6 empates e 3 derrotas
Matheus Costa
14 jogos
5 vitórias, 3 empates e 6 derrotas