MILÃO – O Banco Central Europeu (BCE) exigiu que o terceiro maior concessor de empréstimos da Itália, o Banca Monte dei Paschi di Siena, reduza sua carteira de crédito podre em 40% no prazo de três anos, colocando mais pressão sobre Roma e Bruxelas para estabilizar o sistema bancário italiano. As ações da instituição italiana recuaram 13% nesta segunda-feira após divulgação do alerta do BCE.
O banco italiano, o mais antigo do mundo, disse em comunicado que o BCE exige um corte bruto de 40% em empréstimos ruins, de ? 46,9 bilhões para ? 38,9 bilhões até o fim de 2017 e, então para ? 32,6 bilhões até 2018. Em termos líquidos, será dos atuais ? 24,4 bilhões para ? 18,4 bilhões em 2017 e ? 14,6 bilhões no ano seguinte.
O banco divulgará resultados de testes de estresse no fim de julho, segundo autoridades bancárias. O Monte dei Paschi registrou o pior desempenho nas avaliações europeias em outubro de 2014.
?O banco imediatamente iniciu discussões com o Banco Central Europeu para compreender as indicações incluídas nesta carta e apresentar sua conclusão antes da decisão final, esperada para o fim de julho de 2016?, indicou o Monte dei Paschi.
O Monte dei Paschi é a mais fraca entre as principais instituições no quarto maior setor bancário da zona do euro e pode ter que aumentar seu capital para cumprir as metas do BCE, dado que o referendo no mês passado pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE) reduziu o apetite de investidores por créditos podres.
Segundo o jornal ?Financial Times?, o índice FTSE Italia All-Share Banks recuou 3,7%. No ano, já perdeu 56% e o setor bancário do país já acumula perda de cerca de ? 360 bilhões devido a empréstimos ruins ? o maior prejuízo na zona do euro.
O governo italiano quer o sinal verde da UE para ajudar instituições financeiras como o Monte dei Paschi sem que sejam acionadas regras de resgate, que forçariam acionistas e detentores de bônus a repartir algumas das perdas.