Cotidiano

Morte de promotor que acusava Cristina Kirchner vira caso federal

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BUENOS AIRES – A Corte Suprema argentina determinou que o caso que investiga a morte do promotor federal Alberto Nisman, em janeiro de 2015, será levado à Justiça federal. Nisman acusava a ex-presidente Cristina Kirchner de acobertar iranianos suspeitos de envolvimento no atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que matou 85 pessoas. Ele apareceu morto, com um tiro na cabeça, um dia antes de apresentar sua denúncia formal no Congresso.

A decisão de levar o caso à instância federal foi unânime entre os juízes do maior tribunal do país. No entanto, a Suprema Corte não debateu a principal questão que divide investigadores e a família do promotor: se ele foi morto ou cometeu suicídio.

O caso, que estava nas mãos da juíza Fabiana Palmaghini, será conduzido agora pelo juiz federal Julián Ercolini ? que intimou neste mês a ex-presidente a depor num caso sobre suposta corrupção envolvendo as mais altas autoridades do país e empresários próximos à ex-família presidencial, além de ordenar o bloqueio de todos os bens da ex-chefe de Estado.

Principal contato de Nisman na Inteligência, o ex-agente Jaime Stiuso assegurou que o governo de Cristina ?mandou matar? o promotor. Segundo ele, todos os governos kirchneristas ?tiveram um serviço de Inteligência paralelo?.

O ex-agente estava em permanente contato com o promotor e foi uma das últimas pessoas que Nisman tentou contactar antes de morrer. A Justiça continua investigando a misteriosa morte do promotor que denunciou Cristina e, poucos dias depois, foi encontrado no banheiro de seu apartamento, com um tiro na cabeça. A hipótese de suicídio é considerada absurda pela família Nisman e pela ex-mulher, a juíza Sandra Arroyo.