RIO – O conselho deliberativo da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, aprovou na tarde desta sexta-feira a venda de sua participação de 19,28% na CPFL, distribuidora de energia do interior de São Paulo. Segundo o fundo de pensão, o negócio representará ao todo uma entrada de R$ 7,5 bilhões no caixa da Previ.
De acordo com comunicado do fundo, a venda também levará a um ganho de R$ 2,9 bilhões em relação ao valor que a participação que havia sido registrado no balanço de 2015 da Previ, ?contribuindo para redução do déficit apurado naquele período?.
O déficit da Previ em 2015 foi de R$ 13,9 bilhões, o que obrigaria o fundo a promover um equacionamento ? exigência de contribuições extras para tapar o rombo ? de R$ 2,9 bilhões do seu principal plano (o Previ 1). Segundo informou ao GLOBO na semana passada o presidente da Previ, o fundo havia chegado a agosto com superávit de R$ 2,53 bilhões, faltando R$ 400 milhões para evitar o equacionamento.
No início do mês, a chinesa State Grid, maior companhia elétrica do mundo, havia obtido acordo para comprar a participação de 23,6% da Camargo Correa na CPFL por R$ 5,9 bilhões. Por causa de uma cláusula (chamada de ?tag along?) do acordo de acionistas, a State Grid teve que estender a mesma oferta para os demais sócios, entre eles a Previ.
?Com o exercício do tag along pela Previ, será caracterizada a troca de controle da CPFL Energia, obrigando a State Grid a realizar Oferta Pública de Aquisição (OPA) da totalidade das ações emitidas pela CPFL Energia em poder dos acionistas minoritários, nas mesmas condições ofertadas à Camargo Corrêa?, escreveu a Previ em comunicado ao mercado.
Segundo o texto, o conselho deliberativo da Previ também aprovou a venda das ações da CPFL que pertencem ao fundo de pensão mas não estão vinculadas ao acordo de acionistas.
?Essa venda ocorrerá com adesão da Previ à referida OPA?, acrescentou o texto.