A levantadora Fabíola, que deu à luz Annah Vitória, em maio, e correu contra o tempo para integrar a seleção, comemorou a volta à seleção. Nesse sábado ela estreou na vitória por 3 a 0 (25/14, 25/21 e 25/13) contra Camarões, ao entrar no terceiro set. Ela não atuava pelo Brasil desde o Mundial de 2014. Agora, a seleção volta a jogar nessa segunda, às 22h35m, contra a Argentina, também no Maracanãzinho. Links volei_0608
– Estou tão feliz. Minha primeira Olimpíada no Brasil, sensacional. Fiquei toda arrepiada, senti frio em todas as situações que vivi. Primeira entrada na Vila Olímpica, quando recebi a minha mala de uniforme, assistindo a cerimônia de abertura – disse Fabíola, que plagiou o técnico de futebol, Muricy Ramalho:
– Meu nome é trabalho! Sempre fui assim, as coisas na minha vida sempre foram sacrificantes. Valeu a pena e eu faria tudo de novo, esse sacrifício da gestação, voltar com 30 dias, essa sensação que tive hoje aqui…
Dani Lins, levantadora titular, elogiou a amiga e disse que o jogo serviu mesmo para tirar essa coisa de “jogar logo em casa”. As rivais eram fracas.
– A Fabíola está muito bem. Falei para ela, Deus me abençoe eu engravidar e voltar como ela está voltando. Foi muita força de vontade dela. A gente via a sua dedicação nos treinos em Saquarema. Para mulher isso é tão complicado, emagrecer e entrar em forma. Ela merece.
Até Zé Roberto comentou que “se livrou” dessa questão da estreia e que sua preocupação era que nenhuma atleta se machucasse. Contou que ficou emocionado com a abertura dos Jogos e que “agora começou”.
– Coloquei todo mundo em quadra para que todas estreassem, tocassem na bola, receberam, defenderam e já carimbaram. Agora vamos embora.
As meninas ficaram tão felizes com a atmosfera do ginásio e com o carinho da torcida que fizeram um trenzinho para cumprimentar a platéia, ao final da partida. Ideia de Scheilla e que pode se repetir. Disseram que era o mínimo que podiam fazer.
– Não sei porque (inventei)… A torcida estava tão gostosa que a gente quis agradecer. O ginásio cheio, tão bonito… – falou Sheilla. – A torcida, a energia que sentimos, a felicidade de estar em casa. Essa foi a diferença em relação a estreia em outros Jogos Olímpicos. Quando saí de quadra para a entrada da Gabi, fiquei reparando no ginásio. Que gostoso.
O Brasil começou a partida com o time titular, com exceção de Thaisa: Dani Lins, Fabi, Juciely, Natália, Fernanda Garay e Sheilla. Léia é a líbero da seleção. Juciely entrou no lugar de Thaíssa, que está machucada e pode estrear apenas na terceira ou quarta rodada. Ela, no entanto, não preocupa a comissão técnica.
Zé Roberto aproveitou a partida para colocar Gabi, Jaqueline e Adenízia em quadra, no terceiro set. A levantadora Fabíola também jogou nesta etapa. Ela não jogou o Grand Prix por causa da gravidez mas entrou em quadra para os amistosos preparatórios para a Olimpíada.
– Estou feliz porque ela está feliz. A Fabíola está indo muito bem, tem feito defesas importantes, rolado na quadra, além da precisão na mão. Todas são opções para o time e ela também.
Tenho a confiança que posso contar com ela. Suas bolas saem limpas e precisas. Hoje foi buscar uma bola difícil e consertou. Sempre teve característica de velocidade na perna. E dificilmente você vai ver ela levantando de manchete – analisou Zé Roberto.
Sobre as argentinas, as próximas rivais, o treinador disse que é preciso ter cuidado. Mesmo que não estejam entre as favoritas, ele acredita que darão trabalho.