RIO – Conhecido pelo ataque a Vanderlei Cordeiro de Lima durante a prova de maratona da Olimpíada de Atenas-2004, Cornelius ‘Neil’ Horan diz ter ficado surpreso e com raiva ao ver o corredor acender a pira na abertura dos Jogos Olímpicos deste ano. Em entrevista ao “The New York Times”, o padre irlandês revelou ter tentado se reconciliar com Vanderlei, sem sucesso.
“Quando eu o vi com meus próprios olhos, fiquei com muita raiva. Eu olhei para Vanderlei e pensei: ‘você não seria a estrela que é hoje se não fosse por mim'”, disse à publicação.
Reconhecendo que o sentimento era egoísta, o irlandês contou ao jornal que enviou duas cartas em português ao maratonista, mas diz nunca ter recebido resposta. “Eu realmente gostaria de conhecer ele e sua família. Ele falhou miseravelmente no básico da decência humana e da cortesia”, afirmou.
A agressão de Horan na maratona de Atenas não foi sua primeira intervenção em um evento esportivo. Em 2003, o padre já havia invadido a pista no GP de Fórmula 1 de Silverstone, na Inglaterra, em prova vencida por Rubens Barrichelo. À época, ele segurava um cartaz com os dizeres “leia a Bíblia”.
Na entrevista, Horan afirmou ainda o ataque à Vanderlei foi uma obra do destino: “Não sei dizer porque ataquei aquele jovem. Acredito que existe destino e que algumas coisas são predestinadas.”
