LONDRES – O Reino Unido vai cobrir uma brecha de até 4,5 bilhões de libras em financiamento para agricultura, universidades e regiões do país que surgirá uma vez que haja a saída oficial da União Europeia, disse o ministro britânico das Finanças, Philip Hammond.
Cientistas, agricultores e outras pessoas que recebiam financiamento da UE enfrentam incertezas desde que o Reino Unido votou, em 23 de junho, a favor de abandonar o bloco. Hammond lhes garantiu, neste sábado, que o governo britânico assumirá esses custos.
As novas garantias sobre o financiamento vêm à tona no momento em que o Reino Unido enfrenta a possibilidade de uma recessão após o referendo do Brexit. A previsão é que as empresas vão adiar seus investimentos e que os consumidores reduzirão seus gastos enquanto a Grã Bretanha e a UE negociam sua nova relação.
?HAVERÁ DINHEIRO PARA INVESTIR?
Hammond afirmou a jornalista que o Reino Unido precisa de cerca de 4,5 bilhões de libras por ano para cobrir a brecha de financiamento que será provocada pelo Brexit, ainda que, provavelmente, falte muito tempo para que isso aconteça. A primeira-ministra britânica, Theresa May, já informou que não iniciará em 2016 o processo, que levará uns dois anos.
?Nós reconhecemos que muitas organizações de todo o Reino Unido que recebem financiamento da UE, ou que esperam começar a receber fundos, querem garantias sobre o fluxo de dinheiro que terão?, ressaltou o ministro das Finanças em um comunicado.
Segundo a agência independente de checagem de dados Full Fact, o governo britânico pagou uns 13 bilhões de libras à União Europeia em 2015, depois de sua devolução automática, e recebeu 4,5 bilhões de libras em financiamento.
?Claramente, se deixarmos de fazer contribuições à União Europeia, haverá dinheiro disponível para investir em nossa própria economia?, explicou Hammond quando jornalistas perguntaram sobre os ajustes financeiros assim que a Grã Bretanha deixar o bloco.