Cotidiano

Após acusar a PF de ?chantagem?, assessor de Argello recua

SÃO PAULO – Os advogados do Paulo Cesar Roxo Ramos, assessor do ex-senador Gim Argello, enviaram uma petição à Justiça afirmando que ocorreu um “enorme mal entendido” sobre as declarações dele à Justiça. Na segunda-feira, Ramos disse ao juiz Sérgio Moro que foi “coagido, intimidado e chantageado” em depoimento à Polícia Federal.

As declarações de Ramos causaram uma reação imediata da força-tarefa da Lava-Jato. O Ministério Público Federal encaminhou um documento a Moro afirmando que não houve nenhum tipo de coação no interrogatório. Os investigadores liberaram o vídeo do depoimento. Nele, Ramos só é repreendido por seus advogados que pedem para ele não mentir ao delegado Luciano Flores, que comandou o interrogatório.

A defesa do assessor do ex-senador se sentiu ?chantageado? e ?coagido? ao saber que depôs “por longo tempo em condição que não era a correta”.

“Tais afirmações causam surpresa na medida em que o único e exclusivo elemento que interessa ao processo, neste ponto particular, é o fato de que Paulo Roxo foi reinquirido na condição de preso, quando já estava juridicamente solto”, afirmou a defesa.

Contudo, inquirição dele se iniciou às 18h16m, antes da ordem de soltura proferida por Moro que ocorreu cerca de 20 minutos depois. De acordo com o MPF, assim que souberam da soltura, o advogado de Ramos o orientou a que permanecesse em silêncio.

Em petição encaminhada a Moro, o defensor afirma que a questão não é pessoal e que os adjetivos “não representam uma imputação de delito” de parte do delegado, mas “sim de um verdadeiro desabafo”.

“Não há motivo algum para que o delegado Luciano se sinta ofendido com tais afirmações. São, literalmente, ?ossos do ofício? suportados por todos os ?atores? processuais ? inclusive por Paulo, no fato em análise”.

“Registra-se, por oportuno, que esta desnecessária celeuma em nada altera o fato de que tanto o delegado Luciano quanto o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, atuam de forma digna, honrosa e leal nos presentes autos. Houve, sim, uma questão processual a ser debatida em momento próprio, e um desabafo de uma pessoa em sede de interrogatório judicial. Nada além?.

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o situação.