
? Não vou falar sobre o que não li. Eles, de forma democrática, podem fazer a crítica onde eles quiserem, sobre o que quiserem. E nós estamos aqui eleitos pela população para votar as matérias ? disse Maia.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE) chegou a convocar uma coletiva para divulgar o relatório do acordo de leniência, mas acabou recuando da ideia e evitou dar declarações sobre o teor do relatório. O texto foi entregue a líderes partidários que assinaram o requerimento para que a matéria fosse votada em regime de urgência.
Na noite de ontem, no entanto, Maia anunciou que não votaria mais e negou que a votação tenha sido abortada por causa das críticas. Hoje ele afirmou que a matéria tem que ser mais debatida.
? Acho que essa matéria não está pronta para ser votada, mas eu não podia ficar esperando a vida inteira para aparecer um relatório. O relatório de última hora é pior. A intenção de pautar a urgência foi para pedir ao relator para apresentar um texto. A partir de agora tem um texto que pode ser bom, pode ser ruim, mas independente de agradar a A, B o C , ele está sendo discutido. A pauta da Casa tem que atender a sociedade como um todo e não parte da sociedade apenas ? disse Maia.
O texto que circula informalmente – já que Moura não apresentou formalmente – recebeu críticas não só dos integrantes da Lava-Jato, como também de líderes da Casa, entre eles Pauderney Avelino (DEM-AM).
? Não apoio nenhuma proposta que exclua o TCU e o MP da ação. Vamos defender a votação de outro projeto que apresentamos em maio ? disse o líder do DEM.
Em maio deste ano, DEM e PPS apresentaram um projeto de acordo de leniência que foi formatado com o apoio de técnicos do Tribunal de Constas, do Ministério Público, segundo o líder do DEM.
Rodrigo Maia disse ainda que a decisão do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS, de incluir em seu relatório a possibilidade de magistrados e integrantes do Ministério Público serão punidos com base na lei de crime de responsabilidade, assim como outros pontos do relatório sobre as 10 medidas de combate a corrupção, podem ser amplamente debatidas.
? A gente tem sempre muitas opiniões sobre os temas, críticas, isso é da democracia. Se Onyx colocou esse tema e ele for aprovado na comissão, está sendo discutido. E depois vai ao plenário. É importante que se discuta. A comissão deve se reunir na próxima semana para votar. Temos aí alguns dias para que a sociedade, os que entendam do tema possam discutir, criticar. Dá tempo ainda, o relator pode mudar o projeto até a hora da votação ? disse Maia.
O presidente da Câmara avisou ainda que primeiro o relatório será votado na comissão, para só depois ir ao plenário da Câmara:
? A questão das dez medidas será votada depois da comissão. Antes da comissão não vamos votar, não terá urgência para isso.