BRASÍLIA ? A Procuradoria Geral da República apresentou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) denúncia contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, por indícios surgidos na Operação Acrônimo. Ele é acusado de corrupção passiva. Na mesma denúncia, o empresário Marcelo Odebrecht foi acusado de corrupção ativa. Os dois teriam participado de desvios de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre 2012 e 2014, quando Pimentel era ministro do Desenvolvimento.
É a segunda denúncia contra Pimentel na Operação Acrônimo. Em outubro, o STJ decidiu que só pode abrir ação penal contra governador de estado se a Assembleia Legislativa autorizar antes. Se a autorização for concedida, o relator, ministro Herman Benjamin, deverá levar voto ao plenário sobre a denúncia. Se os ministros concordarem com o PGR, o inquérito será transformado em ação penal e Pimentel passará a ser réu. Não há prazo para isso acontecer.
A denúncia foi feita a partir da delação premiada do empresário Benedito Oliveira, conhecido como Bené, que era ligado a Pimentel. Segundo o depoente, o governador recebeu propina da Odebrecht.
A primeira denúncia, que está sendo analisada pela Assembleia Legislativa, também foi feita com base nos depoimentos de Bené. Pimentel é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Num dos depoimentos, o delator disse que o governador recebeu R$ 20 milhões de dois executivos da Caoa para beneficiar a empresa ao longo de 2013, quando era ministro do Desenvolvimento.