RIO – A compra da siderúrgica CSA pela Ternium visa, principalmente, a reduzir a dependência de placas de aço da companhia ítalo-argentina. A Ternium é a maior consumidora de placas do mundo, com compras anuais na casa dos 3,5 milhões de toneladas. A CSA, sediada em Santa Cruz (Zona Oeste do Rio), tem capacidade de produção de 5 milhões de toneladas. Hoje, um dos principais países fornecedores para as unidades latino-americanas da Ternium é a Rússia. Comprar do Brasil, que está mais perto dessas unidades, sai mais barato.
A compra da CSA também se insere na estratégia local da Ternium, sócia da Usiminas, ao lado da japonesa Nippon Steel. De acordo com Paolo Bassetti, presidente da Ternium no Brasil, a expectativa é que o mercado de aço retome o crescimento em 2017, o que abre caminho para vendas locais das placas. A CSA fornece para a unidade de Cubatão (SP) da siderúrgica mineira.
Essa sinergia entre os negócios da Ternium era algo levado em conta quando as discussões com a Nippon caminhavam para uma cisão dos ativos da Usiminas. Bassetti afirma, porém, que os planos da cisão foram abandonados e que, no momento, a Ternium está disposta a voltar ao comando da siderúrgica.
? A proposta de split (separação) ficou no passado. O que queremos é que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais resolva o problema da Usiminas. O problema da Usiminas é de gestão ? afirma Bassetti.
Em outubro, a Justiça mineira anulou a eleição do então presidente da Usiminas Sério Leite, a pedido da Nippon. Os dois sócios travam uma briga dentro e fora dos tribunais pelo comando da companhia. Indicado pela Ternium, Leite havia sido eleito pelo Conselho de Administração da companhia em abril, com anuência de oito dos 11 conselheiros. No entanto, como o acordo de acionistas prevê que a diretoria só pode ser eleita por consenso, a Nippon entrou na Justiça para destituir Leite. Para os eu lugar foi reconduzido Rômel de Souza, que ocupava a presidência antes de Leite.