
Desde que foi estabelecido, em 1995, a OMC se tornou o principal caminho para resolução de conflitos entre os países membros, o que ajudou a evitar guerras comerciais. Embora os Estados Unidos deverão se manter como membro da organização, o movimento reflete a visão cética de vários funcionários da administração Trump quanto à OMC. Para muitos deles, o órgão se arrasta numa burocracia que contraria os interesses americanos.
O movimento também ilustra como Trump, que prometeu perseguir a política ?América em primeiro lugar?, pretende testar uma ordem econômica global que seu predecessor, Barack Obama, ajudou a construir e defender. ?A OMC é um desastre?, disse o presidente na campanha eleitoral do ano passado. É bom lembrar que Trump já retirou os Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês).
Trump também expressou, com frequência, desdém pelos tratados e acordos internacionais. Sua escolha para o Escritório de Comércio Exterior é igualmente reveladora desse pensamento. O atual secretário para Comércio Exterior, Robert Lighthizer, defendeu que o país deveria abraçar o protecionismo e, em 2010, chegou a sugerir que os Estados Unidos deveriam adotar postura mais agressiva em relação a OMC.