RIO – O resultado da inflação de janeiro, o menor para o mês desde 1994, confirmou a tendência de desaceleração da alta de preços do fim do ano passado e abre espaço até para um corte de um ponto percentual da taxa de juros, avalia o economista da LCA Consultores Fabio Romão. Segundo ele, o cenário mais provável ainda é de corte de 0,75 ponto percentual da taxa Selic ? atualmente em 13% ao ano ? na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mas uma redução maior não pode ser descartada.
? A desaceleração da inflação em doze meses é um movimento que têm folego pelo menos até meados do ano. E deve chegar aos 4%. Nosso cenário para Selic é de mais dois cortes de 75 pontos básicos, para chegar a 9,5% no fim do ano, não dá para descartar uma redução maior, de 1 ponto percentual. Não é o mais provável, mas temos uma grande janela de oportunidade ? afirma o economista.
Um dos sinais desse movimento, segundo ele, é a desaceleração dos chamados núcleos da inflação, ou seja, os cálculos que excluem efeitos extraordinários e sazonais. A média dos núcleos caiu de 0,88% em janeiro de 2016 para 0,40% em janeiro de 2017.
? Quando se olha para a média dos núcleos, e Banco Central olha isso, é indiscutível o quanto a inflação desacelerou. (…) É uma grande oportunidade para estimular a economia sem afetar a inflação. E fica evidente que a preocupação do BC com a atividade econômica ganhou peso recentemente.