BRUXELAS – As negociações entre Grécia e seus credores, concluídas nesta sexta-feira sem acordo, ocorreram em meio a crescentes temores sobre uma crise. A Grécia mantém uma complexa frente negociadora simultaneamente com seus sócios credores da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, explicou que houve avanços durante as cinco horas de diálogos, protagonizados pelo ministro grego das Finanças, Euclid Tskalotos, e responsáveis da UE e do FMI.
?Todo mundo entende que deve ser concluída a segunda revisão” da dívida, disse Dijsselbloem, em alusão à atual etapa negociadora.
O governo grego deve reembolsar US$ 7 bilhões no segundo semestre, e não pode fazê-lo sem obter novos empréstimos da ajuda financeira acordada com seus sócios, de um total de US$ 86 bilhões.
Dijsselbloem advertiu que a próxima reunião de ministros da zona do euro, em 20 de fevereiro, é um prazo muito curto.
“Faremos um balanço dos progressos (durante essa reunião)”, explicou o ministro holandês das Finanças.
As eleições que ocorrerão na Holanda em 15 de março e depois na França acrescentam incerteza ao problema.
A questão principal é se a Grécia poderá obter um superávit primário igual ao 3,5% deu seu PIB durante vários anos, uma vez terminado o atual programa de ajuda, em 2018.
Para o FMI, a Grécia só poderá conseguir um 1,5% de superávit. Para chegar a 3,5%, Atenas precisará de mais reformas internas, algo que o governo rejeita.