VIENA – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reúne neste sábado em Viena com países petroleiros de fora do grupo para tentar firmar um acordo a fim de conter o avanço da oferta da commodity e interromper o aumento dos estoques globais em nível recorde. O cartel, cujos membros concordaram em cortar a produção pela primeira vez em oito anos no mês passado, também busca o compromisso de países não-membros para reduzir o bombeamento em 600 mil barris diários.
Caso o acordo se concretize, será o primeiro pacto com países de fora da Opep desde 2001.
? Nós já temos um acordo ? afirmou o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, antes da reunião. Seu correspondente da Argélia, Noureddine Boutarfa, acrescentou:
? Acho que todos os países que estão aqui pretendem cortar (a produção).
O ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, falou no início da manhã que ?não vê risco existente (de fracasso do acordo)?.
A Arábia Saudita, considerada líder da Opep e maior exportador da commodity do mundo, tem insistido que qualquer redução no grupo devem ser acompanhadas de ação de outros produtores. No mês passado, a Opep concordou em conter sua produção em 1,2 milhão de barris por dia, abandonando a política de ?bombeamento à vontade? iniciada em 2014, que fez os preços do petróleo caírem de US$ 100 para menos de US$ 50.
Desde o anúncio do acordo e da manifestação da Rússia em contribuir, as cotações do barril de petróleo avançaram 17%. A unidade do Brent, referência no mercado internacional, chegou a ultrapassar US$ 55 esta semana pela primeira vez desde maio de 2015.
A Arábia Saudita informou esta semana aos clientes na Europa e na América do Norte que forneceria menos petróleo em janeiro do que em dezembro, garantindo aos outros exportadores que está cumprindo o combinado. O ministro dos Emirados Árabaes Unidos afirmou neste sábado que tomará medidas similares:
? Nossa meta permanece a mesma, cerca de 600 dos países não-membros e, claro, a Opep estão integralmente comprometidos ? Al-Falih afirmou na noite de sexta-feira, já em Viena.
O ministro disse que espera cerca de 11 países de fora do cartel assinem uma declaração na sede da Opep. O Cazaquistão, que tem impulsionado a produção após a abertura de um novo campo de petróleo enorme, está preparado para considerar um congelamento, ao invés de um corte, disse o ministro de Energia do país, Kanat Bozumbayev, antes do encontro.
Além de Rússia e Cazaquistão, representantes de Azerbaijão, Omã, México, Sudão, Sudão do Sul, Bahrein, Malásia, Guinea Equatorial e Bolívia estarão presentes no encontro.