SÃO PAULO. A Catedral da Sé, em São Paulo, realiza nesta quinta-feira uma missa a cada duas horas para homenagear o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de São Paulo, morto na quarta-feira aos 95 anos.
O velório de Dom Paulo vai durar até sexta-feira, quando o religioso deverá ser enterrado na cripta da catedral, localizada no subsolo da igreja. O arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Scherer, vai rezar uma missa às 15h de sexta-feira antes do enterro.
O velório teve início por volta das 19h de quarta-feira, quando o corpo chegou à catedral.
Para a realização das missas, a cúria convocou padres e bispos de São Paulo, que fizeram uma força-tarefa para celebrarem todas as missas até antes do enterro.
Várias pessoas já foram à Sé se despedir de Dom Paulo, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, além de vítimas da ditadura militar.
Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado durante a ditadura em 1975, escreveu um artigo ao GLOBO, homenageando o amigo.
Várias personalidades lamentaram morte do cardeal, símbolo da igreja progressista e da luta contra a ditadura e pelo direitos humanos no Brasil.
ÚLTIMA APARIÇÃO PÚBLICA FOI EM OUTUBRO
A última aparição pública de Dom Paulo ocorreu no último dia 24 de outubro, no teatro Tucarena, em Perdizes, Zona Oeste de São Paulo.
Apesar de recluso nos últimos anos de vida, Dom Paulo decidiu comparecer a uma comemoração pelos seus 95 anos, completados em 14 de setembro.
Em 2011, aos 90 anos, não quis participar os festejos, preferindo não deixar o retiro em Taboão da Serra. Disse que estava ?preparado? para a morte. ?Não tenho medo, mas também não tenho pressa?.
? É a hora de eu dizer a palavra mais querida do povo brasileiro: ‘obrigado’ ? disse dom Paulo, durante a festa do Tucarena pelos seus 95 anos.
Foi internado pouco mais de um mês depois, em 28 de novembro, com broncopneumonia, e morreu na quarta-feira.