WASHINGTON – A inflação nos Estados Unidos aumentou 1,4% em um ano, no período encerrado em outubro, conforme o índice PCE, divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento do Comércio. É o maior registro desde outubro de 2014.
Baseado nos gastos de consumo, o índice é usado pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) como referência para observar a evolução dos preços, fator determinante para a decisão sobre juros no país.
O dado se junta à evolução do PIB, divulgada na terça-feira, como argumento para elevação da taxa no próximo dia 14, quando os membros do Comitê de Política Econômica do Fed (Fomc, na sigla em inglês) decidirão se é hora de iniciar o aperto monetário no país. Atualmente, os juros estão entre 0,25% e 0,5% ao ano, seu menor nível histórico. Excluindo alimentação e energia, dois setores voláteis, os preços ao consumidor aumentaram 1,7% em um ano, tal como em setembro.
Na terça-feira, o Departamento do Comércio publicou a primeira revisão dos dados sobre a atividade econômica no terceiro trimestre, mostrando que o país cresceu 3,2% de julho a setembro, maior ritmo em dois anos. O impulso veio dos gastos do consumidor em construção de moradias e investimento em estruturas não residenciais, que foram bem mais fortes do que o inicialmente estimado: foram revisados de 5,4% para 10,1%.
Os resultados mostram aceleração na segunda metade do ano. Os fracos avanços no primeiro semestre levaram o Fed a adiar o aumento dos juros. A elevação da taxa pode ter impacto sobre economias emergentes, como o Brasil, pois estimula fluxos de recursos para os EUA, transferindo para o país a liquidez que vem sustentando a valorização dos mercados de ações e mantendo o valor do dólar sob controle.