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Jovens são os principais consumidores de cigarros eletrônicos atualmente

Embora os DEFs sejam vendidos como uma alternativa mais saudável ao cigarro tradicional, a nova versão é mais viciante e atrai mais jovens

Jovens são os principais consumidores de cigarros eletrônicos atualmente

Em 2024, completará 15 anos que os cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil, mas isso não impede a sua comercialização em diversas tabacarias e em mercados online no país. A falta de fiscalização e de regulamentação sobre o comércio, uso e conteúdo dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), mais conhecidos como vapes, abre oportunidade para o contrabando de aparelhos cada vez mais nocivos à saúde.

Quando surgiu, o cigarro eletrônico prometia ser uma alternativa mais saudável aos cigarros tradicionais, prometendo, inclusive, auxiliar as pessoas que gostariam de combater o vício em nicotina, por ter menos ou nenhuma substância viciante. Além disso, a propaganda dizia que os vapes não causavam danos aos pulmões. Todavia, passados alguns anos da produção, venda e consumo em larga escala dos DEFs, a realidade mostrou-se diferente.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, os cigarros eletrônicos possuem diversas substâncias tóxicas em sua composição além da nicotina. Algumas marcas eram compostas, inclusive, por formol, níquel e chumbo e mais outras 2 mil substâncias, que, ao serem vaporizadas, podem causar problemas dermatológicos e respiratórios graves, como dermatite, laringite, asma, enfisema, bronquite aguda e EVALI, sigla inglesa que remete a uma lesão pulmonar causada pela vaporização de líquidos aquecidos no aerossol.

Além disso, devido a falta de regulamentação, há risco de explosão, o que pode causar injúrias graves no corpo e rosto, bem como aparelhos que possuem em sua composição taxas de nicotina acima do normal para um cigarro comum, com graves riscos de provocar o surgimento de câncer de pulmão, de boca ou de garganta.

Ainda, o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas que queiram parar de fumar busquem o Sistema Único de Saúde, que possui programas específicos para esse público, com auxílio de profissionais especializados, além de recomendações medicamentosas e de nutrição adequadas para cada caso. O uso de cigarro eletrônico não é indicado para esses casos.

Modelos atuais atraem mais jovens

Apesar da proibição do cigarro eletrônico no Brasil, os modelos continuam evoluindo e já estão em sua quarta geração, os chamados mods. Se os pods (primeira à terceira geração) eram mais parecidos com um pendrive ou uma caneta eletrônica, e tinham pouca ou nenhuma nicotina em sua maioria, agora os mods são coloridos, com diversos modelos, que mais parecem brinquedos e muito mais perigosos, cheios de sal de nicotina saborizados que, por terem efeito mais rápido no cérebro, viciam mais.

Há modelos que aparentam ser doces, chupetas, batons e sabonetes, em cores diversas que combinam com “roupas”, saborizados com tons de chocolate, menta, kiwi, pink lemonade, strawberry banana, entre muitos outros. Com toda essa modelagem lúdica e sabores atraentes, tornam os jovens e adolescentes mais suscetíveis ao consumo desses DEFs.

Seja pela moda, pela curiosidade ou pelos preços acessíveis, é fato que os cigarros eletrônicos atuais estão voltando sua atenção para os jovens, vendendo produtos nocivos sob a alegação de que não viciam nem são prejudiciais à saúde, e ainda como um objeto “bonito” e “glamouroso”, que pode ser colecionável.

No entanto, os prejuízos à saúde estão cada dia mais evidentes. Além disso, a falta de regulamentação e de informações corretas sobre o uso e os malefícios que o produto causa no corpo humano facilita o consumo desses aparelhos por essa faixa etária.

Crédito: Divulgação/Foto: iStock