Cotidiano

Maioria do PT do Senado não quer apoiar Eunício para comando da Casa

BRASÍLIA – A bancada do PT no Senado se reuniu e a maioria não quer apoiar a candidatura do líder do PMDB, Eunício Oliveira (PMDB-CE), ao comando da Casa. Os senadores se reuniram na noite de domingo e mantiveram encontros nesta segunda-feira. A maioria não aceita votar em Eunício, alegando que ele foi a favor do que chama de “golpe” da ex-presidente Dilma Rousseff. Nesta terça-feira, haverá um encontro final com a participação do presidente do PT, Rui Falcão, que agora é contra acordos.

O PT da Câmara também definirá nesta terça-feira sua posição. Na Câmara, a ideia é lançar candidato para marcar posição. Um dos nomes é do deputado Paulo Pimenta (PT-RS). AO GLOBO, Pimenta disse que o nome será definido neste encontro.

Os senadores se reuniram pela primeira vez no domingo, na residência de Jorge Viana (PT-AC). Segundo participantes do encontro, a maioria não quer acordo, mas há um racha.

O racha acontece porque um acordo com Eunício, o que garantiria a participação do PT na Mesa Diretora do Senado, estava sendo já costurado pelo próprio Humberto Costa, e com apoio do próprio Viana e de José Pimentel (PT-CE).

A cúpula do PT e o ex-presidente Lula avisaram que é melhor não apoiar candidatos governistas. Lula disse na sexta-feira a um interlocutor que o melhor é não comprar briga e “irritar a esquerda do partido”. Antes, Lula tinha dado aval ao acordo com Eunício e mesmo com o presidente da Câmara e candidato à reeleição, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Costa e Viana querem a participação do PT na Mesa e nas comissões temáticas da Casa. Por isso, defendem a composição com Eunício com o argumento de que o PT tem direito a cargos pela “proporcionalidade”. Eunício estava oferecendo a primeira secretaria ao PT e manter a Comissão de Direitos Humanos.

? O que defendo é a proporcionalidade. Somos dez senadores. Mas há gente colocando que a gente não deve participar de nada. A decisão final será com Rui Falcão ? disse Viana.

Na Câmara, os petistas criticaram muito a postura do líder do partido na Casa, Carlos Zaratini (SP), de estar negociando com Maia e ainda de ter participado – e discursado – do lançamento da candidatura de Jovair Arantes (PTB-GO) ao comando da Câmara.