Washington ? Com a assinatura da ordem executiva que impede a entrada de pessoas vindas de sete países aos Estados Unidos, muito se discutiu sobre o sistema de imigração americano. O governo de Donald Trump, nas horas seguintes ao anúncio, teve de se explicar publicamente sobre quem estava isento ou não da proibição. De portadores de vistos de residência permanente até refugiados, milhares foram afetados pelas medidas. Quais são os passos, então, para entrar e se legalizar como imigrante nos EUA?
1) O QUE É O GREEN CARD
O cartão de residência permanente, conhecido popularmente como Green Card, é um documento que se outorga aos imigrantes autorizados a estarem indefinidamente no país, que se tornam permanentes.
A obtenção de um visto desse tipo pode demorar décadas, e requer um processo meticuloso. Alguns solicitantes nunca chegam a recebê-lo. Aproximadamente um milhão de pessoas recebem anualmente a residência permanente nos EUA. Um pouco menos da metade são ?patrocinados? por familiares que são cidadãos americanos, de acordo com William Stock, presidente da American Immigration Lawyers Association.
De acordo com Stock, tanto quem patrocina quanto quem solicita a residência é submetido a entrevistas, comprovações de antecedentes criminais, exames médicos e impressões digitais.
O processo leva ao menos um ano, no caso de cônjuges de cidadãos americanos que nunca tenham estado no país. Imigrantes com parentesco mais afastado podem levar anos.
?Se é um irmão, são de 20 a 30 anos para a maioria dos países?, explicou Stock, que também disse que mexicanos e filipinos podem esperar até 75 anos pelos seus Green Cards.
2) O QUE É SER ?REFUGIADO??
Os refugiados procedentes de países devastados pela guerra ou considerados perigosos devem superar minuciosas investigações antes de serem realocados nos Estados Unidos. O processo, que leva anos, inclui rigorosas pesquisas de antecedentes, para averiguar possíveis vínculos criminais com o terrorismo.
Para que sejam aceitos nos EUA, os refugiados devem viver por anos em campos fora de seus países. Apenas 1% dos refugiados do mundo são realojados em novos países, e os Estados Unidos aceita quase metade deles, de acordo com o Departamento de Estado. Washington aceitou aproximadamente 85 mil refugiados no ano fiscal que acabou em setembro.
Porém, ser refugiado é diferente de ser solicitante de asilo. Os refugiados precisam receber autorização para entrar no país, enquanto os solicitantes de asilo tentam entrar por conta própria, e aí buscam a proteção das autoridades caso temam voltar a sua terra natal.
3)O QUE É UM VISTO DE NÃO IMIGRANTE
Os vistos de não imigrante se aplicam as pessoas que ingressam ao país de forma temporária, incluindo estudantes, esportistas em competição, turistas, vítimas de ameaças pessoais, au pairs e diplomatas.
Nessa categoria estão incluídos os estrangeiros que trabalham como engenheiros ou especialistas técnicos em empresas do Vale do Silício.
Algumas empresas tecnológicas se disseram impactadas pelo decreto presidencial de Trump, pois uma parte considerável de sua força de trabalho é composta de estrangeiros. Os visas para esse tipo de empregados costumam sair em menos de um ano.
4) QUAL É O TIPO DE VISTO PARA INTÉRPRETES?
O programa de vistos para tradutores iraquianos, afegãos e outros que trabalharam para o governo americano foi criado em 2006. Os cidadãos do Iraque e Afeganistão que solicitam esses vistos são submetidos ao mesmo processo que os refugiados, e podem ter acesso aos mesmos serviços públicos e privados de realojamento.
Há um número limitado de vistos desse tipo. Entre 2007 e 2015, o governo concedeu permissões especiais a 37 mil de iraquianos e afegãos, segundo o grupo independente Congressional Research Service. De acordo com o serviço, os funcionários governamentais tentam equilibrar a necessidade de emitir esse visto a tempo para proteger os solicitantes e ainda assim tomar as medidas de segurança necessárias para identificar possíveis ameaças.