Cotidiano

Licitação do Porto Seco ainda é uma incógnita, mas serviços não param

A expectativa inicial era de realizar o certame no primeiro trimestre deste ano, o que não se confirmou

Licitação do Porto Seco ainda é uma incógnita, mas serviços não param

Cascavel – Inaugurado há 33 anos, o Porto Seco ou EADI (Estação Aduaneira do Interior) de Cascavel teve sua licitação adiada pela Receita Federal para realização de ajustes no edital de concessão e na instrução normatiza responsável por reger os portos. A expectativa inicial era de realizar o certame no primeiro trimestre deste ano, o que não se confirmou em virtude de novas alterações e ajustes necessários para o lançamento do edital. Agora, a expectativa é de realização no segundo semestre deste ano. Para a Receita Federal, o período eleitoral não será um fator que comprometerá o andamento dos trâmites. O contrato de concessão da Codapar encerrou em 2019.

A EADI necessita, em caráter de urgência, de investimentos estruturais e do aporte de material humano para fazer frente ao volume de movimentação de cargas para importação e exportação. A nova concessão terá a missão de ampliar o espaço físico e de ampliar a área dedicada ao pátio, estrutura de armazenamento, de verificação de mercadorias e na aquisição de um scanner com tecnologia de ponta.

A estrutura atual, localizada na Ferroeste, é considerada defasada e está sob a iminência de fechar as portas, caso surjam empresas privadas interessadas na concessão de 25 anos. É a chamada licitação deserta, uma situação tida como pouco provável para os profissionais envolvidos diretamente no processo.

7,5 mil caminhões

Conforme informações atualizadas obtidas com o analista administrativo do Porto Seco, Leandro Lecca, a estrutura realiza o despache aduaneira de 80 caminhões diariamente, ou seja, de janeiro até agora, passaram pelo Porto Seco de Cascavel mais de 7,5 mil caminhões. A maioria das cargas é composta de cimento e fertilizante, tendo como destino o país vizinho Paraguai, via transporte terrestre por um dos principais entroncamentos rodoviários do Mercosul, a BR-277. “É uma estrutura pequena para esse volume de veículos e mercadorias movimentados no Porto Seco”, comenta Leandro Lecca.

Em outubro do ano passado, o Jornal O Paraná publicou reportagem sobre a licitação e a possibilidade do Porto Seco passar a ser gerenciado pelo IDR-Paraná e Ferroeste. Um dos membros da Comissão Especial de Licitação, Rafael Guazzi, disse essa semana que essa hipótese foi descartada, em virtude do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) ser uma autarquia estadual e a Ferroeste, ser de capital misto. A expectativa era de que o certame ocorresse também no primeiro trimestre deste ano, o que acabou não se confirmando, por conta de “empecilhos resultantes do adiamento do cronograma”. Além do Porto Seco de Cascavel, há editais de licitação envolvendo ainda as EADIs de Foz do Iguaçu e Curitiba.

No segundo semestre do ano passado, a Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), por intermédio do presidente, Genésio Pegoraro, encaminhou ofício ao governador Ratinho Junior pedindo apoio para resolver de uma vez por todas esse impasse. Na época, a Acic estava preocupada com a possibilidade de Cascavel perder a EADI.

Foto: Arquivo/O Paraná

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Acic teme fechamento da EADI

O presidente da Acic, Genésio Pegoraro, disse ao Jornal O Paraná, esta semana, que “vê com preocupação a possibilidade de o Porto Seco encerrar suas atividades em Cascavel”, justamente pelo fato do IDR-PR e da Ferroeste não se enquadrarem no edital de chamamento, proposto pela Receita Federal. “A preocupação de manter o Porto Seco em Cascavel é muito grande. As dificuldades têm sido enormes nesse sentido”, descreve.

“A esperança é ter uma alguém interessado em participar desse certamente e assumir a concessão da estrutura pelos próximos 25 anos”. Para ele, a estrutura é considerada importante para Cascavel e região, principalmente em função das oportunidades proporcionadas pelo agronegócio. “Mas por conta das atuais circunstâncias, acabo não ficando tão otimista quanto à questão do Porto Seco”. Se isso se confirmar, as perdas são enormes conforme Pegoraro, principalmente em relação aos fertilizantes, setor que já atravessa uma situação complicada nos últimos meses.

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Otimismo dos empresários paranaenses caiu

Curitiba – Caiu o otimismo do setor terciário para este segundo semestre de 2022. Segundo a Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, realizada pela Fecomércio-PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná) e pelo Sebrae Paraná, 49,7% dos dirigentes de empresas estão confiantes em relação aos próximos meses.

No primeiro semestre, o grau de otimismo estava em 65,9% e no segundo semestre de 2021 era de 60,1%. Entretanto, cresceu o percentual de empresários que acredita na estabilidade: 38,7% acham que o faturamento de sua empresa permanecerá no mesmo patamar. Apenas 8,7% consideram que este semestre será pior e 2,9% não sabem ou não emitiram opinião.

De acordo com o presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR, Ari Faria Bittencourt, os fatores macroeconômicos afetam as projeções do empresariado, sobretudo a taxa de inflação, que no acumulado de janeiro a maio ficou em 4,78% e está acima da meta anual de 3,5%, além das contínuas elevações das taxas de juros, com a Selic em escalada a cada mês e o Risco País atingindo 302 pontos em junho.

O dirigente, entretanto, é otimista em relação ao cenário paranaense. “É verdade que precisamos conviver com o avanço da inflação e do preço dos combustíveis, porém, a força do comércio irá transpor esses obstáculos, como temos superado tantas outras dificuldades ao longo dos anos. Mas a retomada já está aí, trazendo boas novidades, porque os indicativos apontam para o crescimento econômico do país neste ano, com previsões estimando em até 2% o acréscimo do Produto Interno Bruto. A taxa de desemprego também vem caindo, o que também é um sinal de tempos mais favoráveis”, reitera Bittencourt.

Otimismo

Os empresários londrinenses são os mais otimistas, com 53,7%. Na sequência, estão os empreendedores da região Oeste (52,3%), Curitiba e Região Metropolitana (49,5%), Ponta Grossa (47,3%), Maringá (46,5%) e Sudoeste (44,4%) que apesar de ser a região menos otimista, é a única que teve crescimento na posição favorável comparada com o semestre passado.