BRASÍLIA – O presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse nesta quarta-feira que o plano de saúde oferecido aos servidores ?está matando? a estatal. Conforme publicado na edição de hoje do GLOBO, dentro de um processo de reestruturação da empresa está uma negociação com os sindicatos para revisão do plano de saúde. Campos ameaçou que, se a negociação não avançar até esta sexta-feira, procurará ?as vias judiciais?, levando a questão ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).
? Com certeza teremos de fazer esse movimento em função da sobrevivência dos Correios ? disse Campos em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal.
Segundo ele, em números ainda preliminares, do total de prejuízo apurado pelos Correios em 2016 de cerca de R$ 2 bilhões, R$ 1,8 bilhão se referem diretamente ao plano de saúde. Do total de custos do plano de saúde, a estatal paga 93% e os funcionários, 7%.
? A empresa não quer acabar com o plano de saúde, mas nos moldes que está hoje, é impossível de ser mantido.
Campos confirmou diante dos senadores as intenções da empresa, antecipadas pelo GLOBO, de reformar a estratégia comercial do Sedex e de transformar as agências dos Correios em um posto de relacionamento mais abrangente entre os órgãos públicos e a população, oferecendo outros tipos de serviços públicos.
O presidente disse ainda que a venda de linhas de celulares dos Correios em São Paulo tem obtido sucesso e que, em breve, as vendas avançarão para Brasília, Belo Horizonte e o interior de São Paulo. Até o fim do ano, disse Campos, as linhas deverão ser oferecidas em 3 mil cidades do país.
Ontem, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse que, se a empresa não se recuperasse financeiramente, teria de ser privatizada.