Economia

Confiança dos pequenos negócios se manteve estável em outubro

Setor de serviços apresentou a maior confiança dos últimos sete anos

Rio de Janeiro - Vitrine de roupas em loja de rua, comércio no Centro do Rio. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - Vitrine de roupas em loja de rua, comércio no Centro do Rio. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

A confiança dos donos de pequenos negócios voltou à estabilidade em outubro, após ter apresentado uma ligeira queda em setembro, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) a partir dos dados da Sondagem Econômica das Micro e Pequenas Empresas, realizada mensalmente em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE), que agrega os índices dos três principais setores da economia (comércio, serviços e indústria de transformação) se manteve nos 98,7 pontos em outubro.

Segundo o Sebrae, apesar da estabilidade em relação a setembro, desde o início de 2021 a confiança dos empreendedores tem apresentado um “crescimento sustentado”. Em janeiro, o índice estava em 90,8. Para a entidade, isso confirma uma recuperação consistente dos pequenos negócios, mas indica também que ainda há uma certa insegurança entre os empresários, diante da alta da inflação e da instabilidade econômica.

Serviços

De acordo com a pesquisa, pelo sétimo mês consecutivo o setor de serviços apresentou aumento no índice de confiança que atingiu, em outubro, 99,1 pontos. O crescimento foi de 2,3 pontos se comparado com setembro, o maior índice desde dezembro de 2013, quando atingiu o patamar de 100,2 pontos.

“A alta do MPE-Serviços deveu-se à percepção atual das atividades por parte donos de pequenos negócios”, explicou o Sebrae.

O Índice da Situação Atual das MPE de serviços avançou 6 pontos, alcançando o patamar de 97 pontos. Segundo a entidade, esse resultado foi influenciado tanto pela percepção de melhora das empresas sobre o volume de demanda atual, cujo índice subiu 7,3 pontos, quanto pela situação atual dos negócios, que avançou 4,8 pontos.

O aumento da expectativa de contratação por esses empreendedores também cresceu pelo quinto mês consecutivo e obteve seu melhor resultado em oito anos. Cerca de 22% pretendem fazer novas contratações, segundo o Sebrae.

Os destaques para a melhora da confiança desse setor foram os serviços de informação, os serviços prestados às famílias e os de transporte. O segmento que representa os demais serviços se manteve relativamente estável ao recuar 0,2 ponto. Enquanto a confiança das empresas do segmento de serviços profissionais recuou 1,1 ponto.

Comércio e indústria

O Índice de Confiança das MPE do Comércio, em outubro, manteve-se estável em 92,9 pontos. Apesar de um recuo no Índice da Situação Atual e no indicador que mede o volume da demanda atual, o Índice de Expectativas avançou 3,3 pontos, para 91,0 pontos, recuperando parte das perdas sofridas em setembro.

Para o Sebrae, essa percepção de melhora nas expectativas pode estar relacionada à diminuição do número de casos e mortes relacionadas à covid-19 e à flexibilização das medidas restritivas, com aposta dos empresários nas vendas de final de ano.

Já a confiança das micro e pequenas empresas da indústria de transformação, o MPE-Indústria, manteve o movimento de queda pelo terceiro mês consecutivo, recuando 3,6 pontos, para 98,4 pontos, passando para zona de pessimismo.

Segundo o Sebrae, essa piora com as expectativas de curto prazo no setor foi fator preponderante da queda da confiança. Todos os indicadores que compõem o índice recuaram, com destaque para o de produção para os próximos três meses, que caiu 7,6 pontos, para 96,7 pontos. As empresas de vestuário foram as que mais sofreram negativamente no mês de outubro, quando a confiança caiu 9,1 pontos, para 90 pontos, menor nível desde junho de 2021, de 80,9 pontos.

(AER)