Toledo – As obras de duplicação dos 38,9 quilômetros da BR-163, entre Cascavel e Toledo, paradas há mais de um mês, não terão o retorno tão imediato como anunciaram líderes regionais há poucos dias. Isso porque a própria Superintendência Regional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) não confirma nem mesmo faz ideia de quando haverá o repasse de recursos para a sequência dos trabalhos. O órgão não confirma que a verba esteja liberada, muito menos estipula prazos para que isso ocorra. Apenas ratifica a informação dada ao jornal O Paraná no mês retrasado, que, “para o trecho citado, o Dnit está aguardando recursos advindos de crédito suplementar [PLN 03/2017] no valor de R$ 49,5 milhões, para reforço de dotações constantes da Lei Orçamentária vigente”.
A superintendência apenas ignorou o questionamento do jornal sobre se há um prazo previsto para que isso ocorra e de que forma esses recursos serão destinados à Construtora Castilho, responsável pelos trabalhos.
Vale lembrar que essa obra começou em outubro de 2015 e deveria estar totalmente liberada para tráfego no próximo mês. Contudo, dos quase 40 quilômetros, apenas seis foram pavimentados, mas ainda estão inacabados e não foram liberados para tráfego.
A frente de trabalho vinha sendo reduzida gradativamente nos últimos meses. Em julho a reportagem apurou que, dos mais de 100 trabalhadores que atuavam ali no auge dos serviços, foi reduzida para 30 profissionais e mês passado todos foram dispensados, restando apenas os vigias.
A obra orçada em R$ 306,5 milhões teve apenas 13% de sua previsão repassada à construtora. Como o trecho foi licitado por RDC (Regime Diferenciado de Contratações), há impedimentos legais para aditivos de valores, porém, o novo prazo estipulado pelo Dnit para conclusão do trecho é o fim do próximo ano. Na construtora ninguém fala sobre o assunto.
De Cascavel a Capitão
A superintendência do Dnit no Paraná também não confirma se as próximas destinações orçamentárias para a duplicação da BR-163 entre Cascavel e Capitão Leônidas Marques serão feitas. Extraoficialmente, a paralisação desse trecho já é dada como certa, assim que os valores para o lote em curso acabarem.
Por enquanto, a obra dos 73,4 quilômetros e que vai custar R$ 579 milhões continua em andamento, mas há quem diga que a força de trabalho já diminuiu. “Antes tinha mais gente trabalhando, parece que o grupo está ficando menor a cada semana”, conta o motorista Edinei Conrado, que passa ali todos os dias.
No canteiro de obras, o temor é o mesmo. Segundo o apurado pela reportagem, o consórcio que administra o trecho não descarta a possibilidade de os trabalhos serem interrompidos assim que a verba disponível para este lote acabar. Oficialmente, ninguém do consórcio fala sobre os cortes dos recursos do PAC 2.
Vale lembrar que as obras de infraestrutura em todo o País tiveram um corte de R$ 7,5 bilhões, anunciado pelo governo federal no mês passado, zerando o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Os dois trechos da duplicação da BR-163 fazem parte desse programa.