Cotidiano

Protesto após a morte de agente

Amigos, colegas de trabalho e familiares simplesmente querem explicação. Esta foi a tônica de uma manifestação silenciosa e pacifica realiza ontem pela manhã durante o velório da agente comunitária de saúde, Rosane de Fátima Soares da Silva, realizado na Acesc em Cascavel. Aos 42 anos, sua morte é causa de mistério aos que a rodeavam.

Dores de cabeça

No começo do mês, no dia 3, mais precisamente, ela procurou a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Jardim Veneza em Cascavel com fortes dores de cabeça e possíveis sinais de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ela foi medicada e liberada e, na ocasião, a família já denunciava a falta de um neurologista para analisá-la. Ocorre que seu quadro piorou e no dia seguinte ela voltou à UPA. Sem médico para fazer e analisar uma tomografia e sem leito hospitalar em Cascavel, ela foi encaminhada para internamento em Nova Aurora. Ocorre que por lá também não há este médico.

A piora

Diante da piora constante do quadro, ela foi trazida a Cascavel, mas após paradas cardíacas, não resistiu e morreu. Para os servidores, é inadmissível tudo o que aconteceu, principalmente o descaso, além do que se trata de uma agente Comunitária de Saúde que teve este acesso negado. Tanto para os colegas de profissão quanto aos familiares, a situação poderia ter sido revertida se ela tivesse tido acesso ao tratamento adequado.

Sepultamento

O corpo de Rosane foi sepultado ainda ontem pela manhã. A prefeitura de Cascavel disse que a “servidora foi atendida na UPA e que a unidade é o teto de atendimento do município”. “A vaga em hospital quando a situação exige internamento é regulada pela Central de Leitos, que é do Estado. É a Central de Leitos que determina pra onde vai o paciente. O Município tem autonomia até a UPA. E o atendimento na UPA não foi negligente ou demorado”.

Vale reforçar que estes encaminhamentos sempre ocorrem via Central de Leitos. A reportagem tentou contato na 10ª Regional da Saúde, mas não houve retorno.