Economia

À espera da Selic, dólar cai e Bolsa sobe

O dólar fechou em queda de 0,24%

À espera da Selic, dólar cai e Bolsa sobe

São Paulo – Em um dia sem grandes acontecimentos, mas com os investidores à espera da decisão do Copom sobre a política monetária do País, que será anunciada nesta quarta-feira (5), os ativos locais terminaram no azul, mas com pouco fôlego. Nessa segunda (3), o dólar fechou em queda de 0,24%, a R$ 5,4188, apesar de ter caído a R$ 5,37 na mínima do dia. Já a Bolsa brasileira (B3) encerrou em alta de 0,27%, a 119.209,48 pontos, em um pregão extremamente volátil.

Indicadores fracos da economia americana ajudaram a tirar o fôlego da moeda. O índice de gerentes de compras (PMI) da indústria americana caiu de 64,7 em março para 60,7 em abril. De olho no desempenho fraco, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, ressaltou ontem que a economia dos EUA passa por um lento processo de recuperação, reafirmando ainda que as medidas pró-estímulos não serão retiradas antes das metas para o desemprego e inflação terem sido cumpridas.

O cenário local também colaborou para a valorização do real, principalmente com os investidores já precificando uma alta da Selic pelo Banco Central na próxima quarta. A reunião do Copom, que começa hoje, já será monitorada pelos operadores de câmbio. Ainda assim, o dólar para junho fechou em alta de 0,10%, a R$ 5,4565.

Segundo os estrategistas do Citi em Nova York, Alvaro Mollica e Dirk Willer, em relatório a investidores, a aprovação do Orçamento de 2021 levou a uma redução do forte pessimismo com o Brasil entre investidores e o real ganhou força. Agora, a moeda brasileira pode corrigir parte da distorção em relação a outras moedas emergentes, ou mesmo anular este comportamento pior, por meio da política monetária.

Os estrategistas do Citi comentam que, em conversas com investidores, a visão é que o Banco Central deve manter no comunicado da reunião a expressão adotada em março, de “ajuste parcial”, mas ao mesmo tempo pode sinalizar nova alta de 0,75 ponto na Selic em junho, levando a taxa a 3,50% ao ano, o que tende a ajudar o real.

O JP Morgan espera que a expressão “ajuste parcial” seja retirada pelo BC do comunicado, com sinalização de nova elevação de 0,50 ponto em junho. Mas o banco americano não descarta que o Copom aponte mais uma alta de 0,75 pontos.