Brasília – O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 6,75% ao ano para 6,5%. Este foi o 12º corte seguido nos juros, em um ciclo que começou ainda em 2015 e levou o Brasil à sua menor taxa da história.
O corte nos juros não era esperado e entrou no cenário de economistas que acompanham o Banco Central apenas entre fevereiro e março. A inflação no início deste ano continuou comportada e a maioria dos agentes do mercado prevê que o IPCA, índice de preços utilizado pelo BC, fique abaixo da meta de 4,5% pelo segundo ano consecutivo.
“O Comitê julga que o cenário básico para a inflação evoluiu de forma mais benigna que o esperado neste início de ano. O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”, diz o comunicado do Copom.
Na reunião anterior do Copom, em fevereiro, os diretores do BC que participam da decisão sobre juros haviam demonstrado que o ciclo parecia encerrado. Nas semanas seguintes, conforme o cenário benigno para a inflação se confirmou, declarações de membros do BC deixaram aberta a possibilidade de queda da taxa.
Agora, o mercado tenta entender até onde vão os cortes. No comunicado, o Copom diz que haverá mais cortes: “Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional.”
A Selic é usada para remunerar a maior parte da dívida pública e serve como um piso para se estipularem os juros de mercado.