Política

EDITORIAL: Quadro Negro, uma triste realidade da educação do Paraná

Cada novo capítulo da Operação Quadro Negro evidencia um cenário de estupefação. Enquanto o Governo Beto Richa calava os servidores da educação com bombas e artilharia aérea, os cofres públicos sangravam para abastecer caixa dois de campanhas políticas, pagar mesada a deputados e cobrir acertos políticos.

O depoimento do dono de uma empresa envolvido no esquema revela um Paraná que poucos conheciam. Desvenda a política suja, corrupta, que enoja a população. Escancara a falta de compromisso dos governantes com o povo, com o juramento feito ao assumir o mandato, o desprezo aos cidadãos.

Enquanto a construção de dezenas de escolas foi abandonada pela metade, mantendo os estudantes em estruturas improvisadas e inadequadas, o dinheiro engordava os bolsos da alta cúpula tucana, revelou ontem um dos empresários envolvidos no escândalo e que teria ajudado a desviar milhões dos cofres públicos.

Não bastasse isso, outra revelação: segundo ele, após a reeleição de Beto, em 2014, a intenção era também desviar dinheiro da merenda. O empresário acredita que os planos tenham sido frustrados quando vieram à tona os desvios referentes às obras. Mas diante de tanta podridão fica difícil de acreditar que isso já não estivesse ocorrendo, com outro grupo ainda não descoberto. Ano passado, com a Operação Carne Fraca, foi descoberto que o Estado havia fornecido merenda podre para os alunos. Será que não sabia mesmo que a carne não prestava?

É um mar de lama que entristece o cidadão paranaense, já assolado com a alta carga tributária e os problemas do dia a dia como saúde pública precária.