Saúde

Enfrentamento da pandemia: Ala Covid deve ser ampliada no HU

O HUtem hoje dez leitos de UTI e 20 de enfermaria

Foto:Arquivo
Foto:Arquivo

Cascavel – A ala para tratamento de pacientes com covid-19 no HU (Hospital Universitário) de Cascavel deve ser ampliada em dez leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nos próximos dias. O local tem hoje dez leitos de UTI e 20 de enfermaria, a ampliação já havia sido anunciada pelo governo do Estado há cerca de um mês e também já foi cobrada pelo Ministério Público.

De acordo com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), a ampliação da Ala Covid é progressiva e os respiradores para ativação de dez leitos de UTI devem chegar a Cascavel nesta semana. Já a ativação dos leitos e a contratação de pessoal ficam a cargo da administração do HU.

O reitor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Alexandre Webber, afirma que o teste seletivo já foi autorizado e o edital será publicado nos próximos dias. Serão contratados 117 profissionais, inicialmente pelo prazo de seis meses, e o valor estimado da contratação é de R$ 3,5 milhões.

Manifesto médico

Segundo Alexandre, a ampliação já estava prevista para esta semana e o manifesto pelo isolamento social publicado no domingo (31) pela equipe médica que coordena a Ala Covid-19 do HU teve como objetivo sensibilizar a população para a gravidade da situação, não os governantes: “O documento foi uma forma de alertar e tentar conscientizar a população sobre a gravidade do problema, o aumento dos casos e a falta de cuidados que vêm sendo observados. Há pessoas se aglomerando, andando pelas ruas sem máscaras e isso preocupa a equipe médica. É injusto colocar médicos ou governantes como culpados por atitudes individuais. Cada um deve fazer sua parte e a da população é seguir as medidas de segurança”.

Taxa de ocupação

Segundo o diretor-geral da Sesa, Nestor Werner Júnior, a taxa de ocupação dos leitos para tratamento de pacientes com covid-19 é monitorada em tempo real. Nessa segunda-feira (1º), 273 dos 574 leitos de UTI adulto destinados à doença do Paraná estavam ocupados, o que representa 48%. Com base nesses números, novas ações são planejadas. “Nós monitoramos a taxa todos os dias e estamos em alerta desde o início da pandemia. Trabalhamos para operacionalizar os leitos de maneira que não haja lotação. Conforme os números vão crescendo, vamos tomando novas medidas. Caso haja necessidade, podemos expandir o número de leitos no sistema público ou contratar leitos de UTI da rede particular. Com essas medidas, pode mais do que dobrar o número atual de vagas, mas isso só será realizado caso haja necessidade, pois é preciso prudência e zelo com o dinheiro público”, frisou o diretor-geral.

Ele também ressaltou a necessidade de colaboração da sociedade com as medidas de prevenção: “Nós tomamos as decisões que nos cabem, mas é a sociedade que dita e já ditou o ritmo das ações. O reflexo da pandemia é o que a sociedade decidiu”. 

Flexibilização reavaliada

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, disse ontem em prestação de contas na Assembleia Legislativa que duas recentes normativas da Sesa envolvendo a circulação de pessoas em meio à pandemia do coronavírus devem ser revistas daqui a duas semanas.

Ele se refere especialmente a duas normativas da Sesa que deram respaldo para a reabertura de shoppings e centros comerciais e também para a retomada de cultos e missas. Embora os municípios tenham autonomia para formular suas medidas de combate ao coronavírus, as normativas da Sesa servem de diretriz a todas as cidades do Paraná e, em alguns casos, são integralmente endossadas, a exemplo do que ocorreu em Curitiba.

“Nós tínhamos antes uma média de 50 novos casos de covid-19 por dia. Nos últimos cinco dias, a média foi de 200 por dia. E as perspectivas são de crescimento. Então aguardamos 14 dias para reavaliar os números diante da flexibilização e vamos continuar testando e bloqueando ou se é o caso de aumentar as restrições de mobilidade das pessoas”, alertou o secretário.

Cascavel registra oitavo óbito

Cascavel registrou nessa segunda o oitavo óbito causado pela covid-19. Trata-se de um paciente de 34 anos, que tinha diabetes. Os sintomas começaram no dia 16, ele procurou a UPA dia 23 e foi internado na UTI no mesmo dia, vindo a óbito ontem. O exame deu positivo para Sars-CoV-2 pelo Lacen.

Palotina confirmou ontem a primeira morte por covid-19. A mulher tinha 75 anos e estava internada na Ala Covid-19 do HU desde sábado. Toledo registrou sua primeira morte no domingo, um homem de 63 anos.

No Paraná, são quase 5 mil casos e 190 mortes; Cascavel chegou a 508 casos e a região oeste se aproxima de mil casos.